Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

BOMBEIROS DA BM NO CENTRO INTEGRADO DE PORTO ALEGRE

 
ZERO HORA 07 de novembro de 2012 | N° 17246

OLHOS NAS TELAS

Compartilhamento de dados com PMs e bombeiros ajudaria a combater trotes

O Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (Ceic) ganhará novos olhares e interpretações sobre as informações captadas pelas mais de 300 câmeras de segurança localizadas nas ruas da cidade. Em breve, policiais militares e bombeiros assumirão assentos no centro nevrálgico da prefeitura da Capital, o que poderá agilizar atendimentos e até ajudar no combate aos trotes.

Aparticipação da Brigada Militar (BM) no Ceic, inaugurado em 25 de outubro pela prefeitura, foi confirmada ontem pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, após visita do titular da pasta, Airton Michels, à sala de comando. Ainda não há uma data certa para a chegada dos novos membros, que seriam um PM e um bombeiro.

Atualmente, a BM já tem acesso a imagens da Guarda Municipal de Porto Alegre e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) – às quais pertence a maior parte das câmeras da cidade – no Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp). No entanto, a grande vantagem de estar presente no Ceic é poder compartilhar das demais informações de que dispõe.

– Para a polícia ostensiva, a integração com os diversos órgãos presentes ao centro de comando do município permite que a informação tenha mais qualidade. Se alguém percebe alguma anormalidade, e pode ser um funcionário da EPTC, por exemplo, já se pode demandar uma ação – afirmou o comandante do Policiamento da Capital, coronel Alfeu Freitas Moreira.

Dados climáticos ajudarão no trabalho de bombeiros

Para os bombeiros, o ganho será maior porque poderão contar com dados climáticos, essenciais ao trabalho deles. Em tempo real, acompanharão as medições em réguas automáticas do nível do Guaíba, por exemplo. A troca de informações com funcionários de órgãos como a Defesa Civil do município, sentados a poucos metros deles, também será importante.

Há expectativa quanto aos trotes. Denúncias falsas de incêndio ou de crimes poderão ser checadas nas câmeras e compartilhadas com os demais integrantes do Ceic no momento em que surgirem. A chance de desmascarar os mentirosos aumentará. Ao longo do ano passado, a BM recebeu 365.647 trotes somente na Capital.

– Nossa presença no centro de comando vai agilizar o nosso trabalho, vai ajudar a chegarmos mais rápido às ocorrências. O próprio operador que deparar nos monitores com algum problema poderá acionar o Corpo de Bombeiros via rádio – argumentou o comandante dos bombeiros do Estado, coronel Guido Pedroso de Melo.

O Ceic
- Inauguração: 25 de outubro
- Localização: Rua João Neves da Fontoura, no bairro Azenha
- Vídeos: 39 monitores
- Câmeras de rua: 306 (até a semana passada)
- Participantes: 13 órgãos municipais de Porto Alegre

ARMADILHAS COM ÁGUA

 
ZERO HORA 08 de novembro de 2012 | N° 17247

EDITORIAIS

 Com a proximidade do verão e o aumento da temperatura no Estado, multiplicam-se os casos de afogamentos, especialmente em açudes, lagoas e rios, muitos dos quais sem qualquer tipo de vigilância. No Litoral, durante a temporada, as praias dispõem de salva-vidas, mas muitos locais públicos e privados do interior do Estado recebem grande afluência de banhistas sem a intervenção do poder público. São tragédias que poderiam ser evitadas se, entre outras iniciativas, houvesse a difusão de uma cultura individual do aprendizado da natação e a oferta de cursos com esse objetivo, para crianças e adolescentes, em especial os jovens carentes.

São ações singelas, que têm como modelo os exemplos de outros países, e poderiam se multiplicar, se simplesmente copiassem o que já é feito em alguns municípios, com o apoio da Brigada Militar, escolas e outras instituições. No ano passado, 149 pessoas morreram afogadas no Estado. As imagens de salvamentos no Litoral, frequentes durante o veraneio, contribuem para que se crie a ilusão de que as tragédias na água ocorrem em maior número no mar. Mas é em águas doces, de rios, açudes, lagoas, canais e barragens, que mais morrem os brasileiros durante o verão. Não é diferente no Rio Grande do Sul.

Medidas preventivas devem envolver os governos e as comunidades, com a presença de salva-vidas, sempre que possível, a demarcação de áreas públicas e, é óbvio, a vigilância dos adultos. Até porque as crianças e os adolescentes estão entre as maiores vítimas, muitas vezes em acidentes ocorridos em áreas privadas. Essas tragédias têm, como sempre adverte a Brigada Militar, o componente da negligência, quando pais, parentes e amigos se omitem em situações de risco.

O aprendizado da natação contribuiria para a redução do número de mortes nas águas, que somente neste ano, até outubro, chegaram a 115. As escolas poderiam liderar as iniciativas, identificando parcerias com universidades, órgãos públicos e clubes que se disponham a oferecer os espaços adequados a essa prática. Os veraneios certamente seriam menos trágicos.