Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

ARMADILHAS COM ÁGUA

 
ZERO HORA 08 de novembro de 2012 | N° 17247

EDITORIAIS

 Com a proximidade do verão e o aumento da temperatura no Estado, multiplicam-se os casos de afogamentos, especialmente em açudes, lagoas e rios, muitos dos quais sem qualquer tipo de vigilância. No Litoral, durante a temporada, as praias dispõem de salva-vidas, mas muitos locais públicos e privados do interior do Estado recebem grande afluência de banhistas sem a intervenção do poder público. São tragédias que poderiam ser evitadas se, entre outras iniciativas, houvesse a difusão de uma cultura individual do aprendizado da natação e a oferta de cursos com esse objetivo, para crianças e adolescentes, em especial os jovens carentes.

São ações singelas, que têm como modelo os exemplos de outros países, e poderiam se multiplicar, se simplesmente copiassem o que já é feito em alguns municípios, com o apoio da Brigada Militar, escolas e outras instituições. No ano passado, 149 pessoas morreram afogadas no Estado. As imagens de salvamentos no Litoral, frequentes durante o veraneio, contribuem para que se crie a ilusão de que as tragédias na água ocorrem em maior número no mar. Mas é em águas doces, de rios, açudes, lagoas, canais e barragens, que mais morrem os brasileiros durante o verão. Não é diferente no Rio Grande do Sul.

Medidas preventivas devem envolver os governos e as comunidades, com a presença de salva-vidas, sempre que possível, a demarcação de áreas públicas e, é óbvio, a vigilância dos adultos. Até porque as crianças e os adolescentes estão entre as maiores vítimas, muitas vezes em acidentes ocorridos em áreas privadas. Essas tragédias têm, como sempre adverte a Brigada Militar, o componente da negligência, quando pais, parentes e amigos se omitem em situações de risco.

O aprendizado da natação contribuiria para a redução do número de mortes nas águas, que somente neste ano, até outubro, chegaram a 115. As escolas poderiam liderar as iniciativas, identificando parcerias com universidades, órgãos públicos e clubes que se disponham a oferecer os espaços adequados a essa prática. Os veraneios certamente seriam menos trágicos.

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