ZERO HORA 25 de julho de 2015 | N° 18237
EDITORIAL
A cheia que atingiu a região metropolitana de Porto Alegre evidencia a insuficiência dos serviços básicos e o despreparo dos administradores públicos para situações de emergência. São casos que se repetem em todo o Estado, a cada transtorno provocado por eventos naturais, e que parecem surpreender os governos. Mesmo que se reconheça a dimensão dos danos, com todas as suas repercussões sociais, não se admite que as respostas não correspondam ao drama enfrentado pelas populações mais vulneráveis. E esses são, invariavelmente, os moradores das periferias, que habitam áreas próximas das margens dos rios.
Não é possível que cidades inteiras fiquem cinco dias sem água, como aconteceu com Alvorada e com partes de outros municípios. Os serviços públicos podem argumentar que não conseguem atender a todas as demandas, nas mais variadas áreas, e terão seus pretextos aceitos. Mas não há como aceitar com resignação que a falta de um insumo básico se prolongue por tanto tempo. As explicações técnicas, sobre bombas d’água submersas e outras desculpas, apenas demonstram a falta de alternativas a impasses provocados por cheias como a atual.
As enxurradas irão se repetir, mais adiante, e a cada ano teremos o mesmo cenário. Se nada for feito, ouviremos as mesmas explicações. É inconcebível que empresas estatais tentem convencer os consumidores de que não há como resolver o impasse da falta de água quando de enchentes. Devem existir meios de criar estruturas para situações emergenciais, que possam ser acionadas, ou estaremos diante da confissão de que, em pleno século 21, as pessoas podem, sim, ficar sem água por uma semana, como se esse fosse um problema incontornável.
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