Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

VÍTIMAS DA NEGLIGÊNCIA



ZERO HORA 15 de julho de 2015 | N° 18227


EDITORIAIS



Toda vez que o Estado enfrenta um período de chuvas continua- das, como ocorre neste mês, populações ribeirinhas ficam ao desabrigo e mobilizam recursos emergenciais que poderiam ser empregados de forma preventiva para evitar a urbanização descontrolada e outros problemas geradores de calamidade. Precipitações acima da média só se transformam em calamidade quando as comunidades deixam de lado providências mínimas em relação ao meio ambiente no cotidiano, mas principalmente quando o poder público se omite em relação à infraestrutura adequada, às moradias clandestinas e à ocupação de áreas impróprias para a habitação.

Neste primeiro momento, portanto, as atenções precisam se concentrar na ajuda aos que tiveram que deixar suas casas em consequência da invasão das águas. Esta é mais uma oportunidade, também, para avaliar as razões pelas quais os moradores de áreas de risco não foram alertados com antecedência sobre providências necessárias para reduzir perigos, transtornos e prejuízos como os enfrentados nas últimas horas.

Antes mesmo de as águas baixarem, porém, é preciso que representantes da comunidade e do poder público se mobilizem para apostar em ações continuadas. A população pode contribuir muito se zelar por um destino correto para o lixo e evitar a ocupação de áreas que agridam o meio ambiente. E o poder público precisa ser cobrado a levar adiante obras de saneamento que são lançadas oficialmente repetidas vezes, mas andam sempre em ritmo lento e não se concluem.

Programas de saneamento exigem volumes elevados de recursos das três instâncias da federação, dificilmente se concluem num mandato e, como os resultados são pouco visíveis, quase não rendem votos. Até por isso, precisam ser acompanhados muito de perto pelos munícipes, de forma permanente.

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