Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ÁREAS DE RISCO COM MONITORAMENTO

EDITORIAL CORREIO DO POVO, 27/02/2012


O governo federal está aumentando o número de municípios com monitoramento em áreas que apresentem risco de desabar. Até o final de 2012, a previsão é que 285 cidades já estejam sob vigilância constante. O critério de escolha está baseado em levantamentos geológicos que indicam problemas nos terrenos, principalmente quanto a uma incapacidade de absorção normal de águas da chuva. Dessa forma, será possível lidar melhor com enxurradas, por exemplo, fato comum em muitas áreas urbanas do país. Atualmente, apenas 36 cidades do Sudeste e 20 da região Sul contam com acompanhamentos do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Outras 34 serão incluídas no controle a partir do mês de março.

As tragédias costumam deixar um rastro de destruição, com perdas de vidas humanas, bens materiais, danos à infraestrutura e desorganização das economias locais. Para Reinhardt Fuck, diretor do Cemaden, um dos maiores entraves para combater essas ocorrências está relacionado com a falta de informações geológicas. Ele afirma que o banco de dados do Sistema Nacional de Prevenção contra Desastres Naturais é insuficiente para subsidiar um trabalho mais eficiente porque existem poucos municípios no país que tenham carta geotécnica. Isso se deve ao fato de o número de geólogos para dar conta dessa tarefa ser muito aquém do necessário. Não obstante essa situação, o Brasil dispõe hoje de uma tecnologia de ponta para fazer mapeamentos de lugares de risco por meio do chamado modelo matemático Hand, que trabalha com variáveis como drenagem e altura.

Nunca é demais relembrar aquele velho ditado que diz que o melhor remédio é prevenir. Acontecimentos recentes demonstram que, em grande parte dos sinistros, houve uma boa dose de negligência das autoridades. Esperam-se posturas diligentes por parte daqueles que têm o encargo de cuidar da segurança da população que esteja habitando, por falta de opção ou de informação, áreas perigosas e sujeitas a desmoronamento.

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