EDITORIAL ZERO HORA 02/03/2012
O temporal anunciado com mais de um dia de antecedência pelos serviços de meteorologia provocou estragos generalizados no Estado, com prejuízos no fornecimento de energia elétrica particularmente em unidades de Porto Alegre e de cidades da Região Metropolitana. O que chama a atenção, no caso, é tanto a falta de previsibilidade dos responsáveis pelo fornecimento de serviços essenciais quanto a precariedade do atendimento a usuários nessas situações e a demora na reparação dos danos. Os problemas não são recentes e se repetem de forma crônica, mas nem por isso devem ser admitidos como inevitáveis.
No caso específico da tempestade do final tarde de quarta-feira, houve uma combinação de vento e chuva intensos, com forte potencial destruidor, com o registro inclusive de uma morte. Como a instabilidade foi previamente anunciada, porém, o dever do poder público e das empresas prestadoras de serviços habitual- mente afetados por intempéries era pôr em prática ações preventivas capazes de evitar ou minimizar os transtornos mais comuns. Se nem todas as iniciativas puderam ser tomadas no devido tempo ou não foram capazes de assegurar os resultados esperados, o mínimo a que o consumidor tem direito é de contar com explicações convincentes e um horizonte claro sobre as perspectivas de restabelecimento dos serviços.
Particularmente no caso da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), responsável pelo abastecimento de uma região densamente habitada como a Grande Porto Alegre, faltaram cuidados mínimos tanto antes quanto depois do vendaval. O alerta vale também para outros órgãos de âmbito estadual e municipal, responsáveis por questões que vão desde os riscos oferecidos por painéis de rua até a prevenção de alagamentos e a reparação de buracos no asfalto.
O Estado e Porto Alegre em particular têm o dever de reduzir o grau de vulnerabilidade do fornecimento de serviços essenciais e de garantir mais eficiência no enfrentamento de problemas.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Quando estive nos EUA, tive a oportunidade de conhecer as instalações policiais e de bombeiros. Na oportunidade, chamou a atenção de aparelhos de tv estarem instaladas nos hall de entrada, nos refeitórios e salas de controle operacional e ligadas apenas no CANAL DO TEMPO. Não tive dúvidas e perguntei o porquê. Eles responderam que aquilo era um meio de prevenir as calamidades, congestionamentos e confusões no trânsito, atuando de forma antecipada e preventivamente nos locais onde poderiam ocorrer os problemas. Enquanto isto, no Brasil, os aparelhos de tv existentes nas polícias e nos bombeiros estão sintonizadas em futebol e novela.
Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.
sexta-feira, 2 de março de 2012
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