JORNAL DO COMÉRCIO, 13/06/2012
Isnar Ruas, jornalista
Eu me lembro bem que há 60 anos, em 1952, a então Superintendência do Desenvolvimento Econômico da Fronteira Sudoeste do País, que tinha a sigla de Sudesul, contratou técnicos especializados judeus para o desenvolvimento de um projeto destinado a sanar o problema de uma vez por todas, com a construção de barragens e de poços artesianos em pontos estratégicos da fronteira sudoeste. O projeto foi elaborado, após muitas viagens de um lado para outro. Os técnicos de Israel receberam o que lhes era devido, mas antes do início das obras no território gaúcho aconteceu um desastre: o Ministério do Interior, a que a Sudesul era subordinada, foi extinto. Depois de certo tempo, a Sudesul teve igual destino.
O projeto foi guardado em uma velha casa na Cidade Baixa, que sofreu um alagamento e deixou de existir. Nenhuma providência foi tomada. Em consequência, aumentou o problema na Fronteira, se formaram extensos desertos, no município de Alegrete, por exemplo, e em outros, com falta d´água inclusive para a população.
Então se pergunta: quem são os culpados? Evidentemente que nenhuma culpa cabe à Sudesul, autora de excelentes trabalhos em toda a região, como previu o seu idealizador, deputado federal Rui Ramos, de saudosa memória que faleceu juntamente com sua esposa em desastre de avião, nem tampouco aos idealizadores do acordo com técnicos de Israel. Mas então culpar a quem? Quando se extingue um organismo como foi o caso da Sudesul, sem o menor cuidado, o que se pode esperar? Os prefeitos da Confederação Nacional de Municípios (CNM) poderiam fazer uma marcha a Brasília, para reivindicar a construção de poços artesianos, antes que o problema assuma proporções de difícil solução.
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