ZERO HORA 21 de setembro de 2012 | N° 17199
EDITORIAL
Em situação de emergência devido aos temporais com chuva de granizo que atingiram o Estado na última quarta-feira, mais de uma dezena de municípios gaúchos está na dependência da solidariedade, mas também de ações efetivas dos poderes públicos para atenuar as carências dos desabrigados. Nesse sentido, age corretamente o governador ao visitar as áreas atingidas e mostrar que o governo não se omitirá diante das dificuldades. A presença do senhor Tarso Genro não pode, no entanto, traduzir-se apenas em ações emergenciais, como geralmente ocorre nesses momentos.
Historicamente – e essa não é uma particularidade gaúcha –, Estado, prefeituras e comunidades são mobilizados após situações como as registradas atualmente e acionam-se mutirões que põem à prova a capacidade de fazer prevalecer, nas emergências, o interesse coletivo. Infelizmente, muitas dessas ações esgotam seus efeitos em pouco tempo, porque se restringem ao que se apresenta como mais urgente. Vencida a etapa do socorro, governos de todos os níveis ignoram as providências que poderiam evitar ou amenizar as consequências dos temporais e das cheias.
A falta de efetividade de iniciativas mais duradouras é que permite a manutenção de famílias em áreas de risco, as deficiências estruturais das áreas urbanas para enfrentar os danos das enxurradas e outras limitações históricas dos municípios no enfrentamento de situações que se repetem anualmente. Comunidades de áreas mais vulneráveis esperam resultados imediatos do propalado esforço que o Estado vem fazendo em Brasília para a liberação de verbas federais destinadas à prevenção. A acomodação não pode ser mantida como a marca da gestão pública depois de superado o impacto das chuvaradas.
Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
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