Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

SOCORRO AOS BOMBEIROS



ZERO HORA 28 de fevereiro de 2014 | N° 17718


EDITORIAIS


O incêndio da última terça-feira na zona norte da Capital escancarou mais uma vez as deficiências do Corpo de Bombeiros do Estado, notadamente a falta de efetivo suficiente para o trabalho e a absoluta precariedade dos equipamentos indispensáveis para o combate ao fogo. Faltam viaturas, faltam caminhões-pipas, faltam escadas especiais, falta um sistema de comunicação e, segundo relatos dos próprios soldados, às vezes falta até mesmo água.

Seria cômico se não fosse trágico. O relatório do subcomandante da corporação em Porto Alegre a respeito da ação desta semana mostra bem o desespero de profissionais treinados para a função, mas que não conseguem atuar com eficiência devido aos entraves materiais. Mais exasperante só mesmo a burocracia, que dificulta o encaminhamento de soluções para esses problemas mesmo quando os governantes se sensibilizam com a situação dos bombeiros.

Depoimentos de soldados publicados ontem por este jornal são mesmo de comover. Eles passam frequentemente por constrangimentos e riscos, por falta de roupas de proteção e de outros equipamentos de segurança pessoal. Pior: confessam-se impotentes diante de situações que poderiam ser resolvidas com escadas apropriadas, como, por exemplo, o atendimento a prédios altos.

E, quando os bombeiros não conseguem fazer o seu trabalho, a população corre perigo.

Diante de tão calamitosa situação, é impositivo que os depoimentos dos soldados do fogo sejam recebidos pelos administradores mais como um pedido de ajuda do que como manifestação de rebeldia. Eles não estão ferindo a disciplina da corporação militar a que pertencem. Estão defendendo a vida da população e dos contribuintes que sustentam o serviço e a própria administração.


ANTERIOR

Nenhum comentário:

Postar um comentário