Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

TEMPOS DIFÍCEIS E A DEFESA CIVIL

Gastão Gal


Hoje temos observado o quanto o Brasil em um todo está deficiente em bons coordenadores municipais, estaduais ou mesmo federal de defesa civil.

Este quadro é agravado pelo fato de a legislação atual não exigir formação alguma, mas indicação política estes cargos e em raras ocasiões os gestores públicos buscam um técnico no assunto.

Entendo que os coordenadores deveriam ser funcionários de carreira e que exercessem esta atividade permanentemente para não haver processo de descontinuidade nas ações de defesa civil.

Cada vez mais se faz necessário pessoas qualificadas para coordenarem estas instituições tanto a nível municipal, estadual ou federal tendo em vista o aumento do grau de destruição e também a frequência dos adventos danosos causados tanto pela ação fortuita da natureza como pela ação do homem.

Também acho importante a criação de uma faculdade que forme pessoas qualificadas para atenderem estes eventos. Pessoas que deveriam ser aperfeiçoadas e treinadas para manterem a tranquilidade nos momentos mais dramáticos das calamidades.

Estive recentemente em New York e mantive contato estreito com o corpo de bombeiros da cidade e principalmente com a unidade que atendeu o evento no World Trade Center. Disse-me o Cmt do Batalhão de bombeiros que dado à magnitude da calamidade muitas pessoas entraram em pânico e mesmo entre aqueles que deveriam coordenar as ações de socorro nos momentos iniciais.

Muitas autoridades ficaram perdidas e não sabiam como gerenciar o evento e isto é natural, pois eles não foram eleitos para atender estas graves anormalidades, mas deveria ter a sobriedade de escolher pessoas qualificadas e proporcionar a estas pessoas a ação de gerenciar os meios. Existe um erro crasso nas informações quando dizem a defesa civil fez isto a defesa civil fez aquilo, a defesa civil não faz nada a não ser coordenar os meios disponíveis da comunidade e organizar estes meios para não haver superposição de meios em um mesmo atendimento.

Muitas vezes estes administradores públicos no afã de querer ajudar atrapalham o que está capacitado para resolver o efeito danoso da calamidade.

O que ocorre na maioria dos casos no Brasil é que o gabinete de defesa civil é formado por uma pessoa somente quando deveriam ser várias equipes onde estas equipes fossem capacitadas em diversas atuações dado a complexidade dos eventos danosos que podem ocorrer.

Tudo em nosso país e improvisado e para piorar o quadro os meios não são disponibilizados aos coordenadores e muito menos existem investimentos nas prevenções às calamidade.

Outro fator preponderante prende-se ao fato que em momentos de calamidade quem deve gerenciar as ações de Defesa Civil deveria ser o Coordenador de Defesa Civil e agirem em nome do gestor público. Isto somente poderia ocorrer se o Coordenador fosse um técnico no assunto e não indicação política. Esta deficiência pode-se notar nas situações de emergência ou estados de calamidades públicas e nem ouso falar em catástrofes onde, o atendimento deveria ser célere, mas emperra na burocracia.

Volto a afirmar as universidades deveriam urgentemente criar uma Faculdade de Defesa Civil ou mais uma vez veremos a máxima: Em casa depois de arrombada coloca-se tranca de ferro. Fico preocupado com nosso futuro se nada for feito.

Gastão Gal - Major da Reserva Altiva da Brigada Militar. Foi instrutor de Defesa Civil na Academia de Policia Militar do RS, (Oficiais), instrutor na escola de formação de sargentos da Brigada militar e exerceu função de treinamento de Defesa Civil das prefeituras do estado do Rio Grande do Sul como integrante da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Rio Grande do S

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