Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

VAZAMENTO DE PETRÓLEO

BEATRIZ FAGUNDES, O SUL
Porto Alegre, Domingo, 21 de Novembro de 2011.


O tratamento discreto até agora dado ao gigantesco desastre ambiental com certeza absoluta seria substituído por vertiginosas reportagens.

A plataforma da Transocean explodiu e afundou em abril de 2010, no Golfo do México, deixando 11 mortos e causando grandes prejuízos. Cerca de 4,9 milhões de barris de petróleo foram derramados no mar e o vazamento durou 87 dias. O vazamento de petróleo no Golfo do México foi considerado o pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos, segundo a principal assessora para Energia da Casa Branca, Carol Browner.

Segundo dados do governo dos Estados Unidos, o acidente paralisou a pesca e o turismo no litoral de quatro Estados americanos, causando danos ainda incalculáveis a ecossistemas costeiros e marinhos na região. Ainda não li as revistas semanais que balizam com suas matérias de capa o jornalismo brasileiro. Possivelmente pela dimensão do desastre do campo do Frade na Bacia de Campos, administrado pela multinacional do petróleo Chevron para quem a Transocean está prestando serviços, essa será a grande matéria jornalística.

Na terça-feira passada a Polícia Federal iniciou inquérito para apurar o vazamento de petróleo no campo de Frade da gigante americana Chevron, na Bacia de Campos, no litoral do Estado do Rio. A informação foi dada pelo Chefe da Delegacia de Meio Ambiente da Polícia Federal, o delegado federal Fábio Scliar, o qual sugeriu ontem que o procedimento escolhido pela americana Chevron para a limpeza do óleo na Bacia de Campos seja interrompido, já que estaria produzindo um novo crime ambiental. Scliar revelou ter orientado as empresas a suspender a técnica de limpeza por jateamento de areia, atendendo orientação de especialistas.

O tratamento discreto até agora dado ao gigantesco desastre ambiental com certeza absoluta - caso envolvesse alguma plataforma da Petrobras - seria substituído por vertiginosas reportagens e as cabeças do presidente da estatal, do presidente da ANP (Agência Nacional de Petróleo) e do Ministro de Minas e Energia já estariam sendo pedidas numa bandeja com o símbolo da "incompetência", e quem sabe até com suspeitas de favorecimentos na escolha das operadoras.

A possibilidade de a petroleira Chevron estar tentando indevidamente alcançar a camada pré-sal do campo de Frade começou a ser discutida internamente na Agência Nacional do Petróleo (ANP), porém, segundo analistas, a área pertence à Chevron, que pode perfurar até o Japão se quiser. De qualquer jeito, o desastre revela a fragilidade dos poços de petróleo, estes em alto mar, mas, mesmo aqueles situados em terra firme, todos são passíveis de produzirem, além do óleo negro, tragédias de proporções infinitas no tempo. Sem esquecer que são alvos fáceis de ações do terrorismo internacional. Fazer o que se nossa civilização é totalmente dependente de petróleo? A conferir!

Nenhum comentário:

Postar um comentário