Bombeiros cantam hino de forma 'agressiva' em formatura e podem ser punidos - O GLOBO, 07/07/2011 às 23h43m; Duilo Victor.
RIO - A cerimônia de formatura de 63 cabos do Corpo de Bombeiros, no quartel do Centro de Formação de Praças, em Guadalupe, causou mal-estar entre oficiais do alto escalão da corporação, inclusive o comandante-geral, coronel Sérgio Simões, que estava no evento. Durante a solenidade, os formandos cantaram o hino da instituição militar de forma "agressiva e inadequada", conforme descreveu a assessoria de imprensa da Secretaria estadual de Defesa Civil.
A saia-justa aconteceu quando os cabos cantaram a plenos pulmões, em tom de protesto, o verso "Nenhum passo daremos atrás". O trecho do hino é o mesmo que virou lema das manifestações por aumento de salários, iniciado por guarda-vidas da corporação em abril. Quem circulou pelo Centro do Rio entre maio e junho teve chance de ouvir repetidas vezes o verso, que virou palavra de ordem nas escadarias da Assembleia Legislativa do Rio, onde os manifestantes ficaram acampados. O movimento culminou na prisão de 439 bombeiros por uma semana por causa da invasão do Quartel Central, mês passado na Praça da República.
Desta vez, o trecho cantado fora do tom gerou constrangimento aos oficiais do Curso Superior de Comando e alguns deles deixaram a cerimônia antes do fim, realizada na última quarta-feira. Apesar da ousadia, a Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros, que executava a melodia, não interrompeu a música. A formatura havia ocorrido no mesmo dia em que o governador Sérgio Cabral anunciara a concessão de auxílio-transporte e gratificações para parte dos bombeiros militares.
Em resposta à ousadia dos cantores, o comando-geral determinou que cada um dos 63 militares preenchesse um memorando para alegar os motivos da irregularidade. Se não quiserem dar um passo atrás na corporação, os cabos terão de entregar até esta sexta-feira a defesa. A Secretaria estadual de Defesa Civil informou que, depois de entrega dos memorandos, o comando-geral tem 20 dias para decidir ou não por punições.
Alheio ao incidente no quartel de Guadalupe, a Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do Rio suspendeu os primeiros interrogatórios dos bombeiros presos por invasão do Quartel Central, marcados para hoje, em atendimento a pedido da Defensoria Pública do Estado. A medida visa a aguardar a votação, em Brasília, da anistia criminal dos bombeiros. Também é esperada pela Justiça Militar a votação dos cinco pedidos de habeas corpus feitos pela mesma Defensoria no mês passado, em que faz três solicitações: o trancamento da ação penal contra os bombeiros; o questionamento das denúncias de crimes de motim e dano; e que considere a ausência de fundamentação da decisão que acolheu a denúncia do Ministério Público estadual.
No último sábado, bombeiros fizeram manifestação em Copacabana para comemorar o avanço nas negociações pela anistia.
Interrogatórios de bombeiros que invadiram Quartel Central são suspensos
Os primeiros interrogatórios dos bombeiros presos pela invasão do Quartel Central da corporação, marcados para esta sexta-feira, foram suspensos pela juíza da Auditoria Militar, que atendeu pedido da Defensoria Pública. A medida visa a aguardar a votação, em Brasília, da aniitia criminal dos bombeiros. Também é esperada pela Justiça Militar a votação dos cinco pedidos de habeas corpus impetrados pela Defensoria no mês passado pedindo o trancamento da ação penal contra os Bombeiros, o questionamento das denúncias de crimes de motim e dano, e a ausência de fundamentação da decisão que acolheu a denúncia do Ministério Público. Além disso, também está sendo aguardado o resultado do julgamento do pedido de suspeição da juíza da Auditoria Militar, feitos pelos defensores públicos. Eles consideraram que há dúvidas sobre a imparcialidade da magistrada com base na decisão proferida sobre o pedido de relaxamento de prisão feito pela Defensoria.
Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.
sábado, 9 de julho de 2011
BOMBEIROS CANTAM HINO DA INSTITUIÇÃO DE FORMA "AGRESSIVA" EM FORMATURA
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