Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

INUNDAÇÃO RS - MORTE E ESTRAGO

Morte e estrago no rastro da chuva - ZERO HORA 22/07/2011

Ontem, a chuvarada desabrigou famílias, multiplicou deslizamentos, interditou trechos de rodovias e provocou uma morte. Em Santo Augusto, na região noroeste, Leonir Fagundes, 41 anos, foi arrastado pela correnteza ao atravessar um arroio na zona rural.

Fagundes trabalhava como funcionário em uma propriedade na localidade Costa do Turvo. Às 8h da quarta-feira, foi levar o gado para o pasto. Precisava atravessar um arroio que estava com o nível elevado. No meio da travessia, teria caído. Afogou-se. Informada do desaparecimento, a Brigada Militar fez buscas. Na manhã de ontem, a equipe de bombeiros de Ijuí foi acionada para auxiliar. Ao chegar no local, populares já haviam encontrado o corpo.

Por todo o Estado, o cenário foi de ruas alagadas, automóveis submersos e pessoas aflitas tentando salvar os seus bens. Pavimentos não resistiram à pressão das águas. Uma das artérias do Estado, a rodovia Canoas-Soledade (BR-386) ficou com o trânsito perigoso.

Em Venâncio Aires, na localidade de Mariante, plantações e ruas foram inundadas. Três famílias foram retiradas e encaminhadas para casa de parentes. Em Santa Cruz do Sul, a alta do Rio Pardinho deixou famílias ilhadas e ruas alagadas.

Em Muçum, a cheia deixou 200 famílias desalojadas, segundo a Defesa Civil.

Ainda na manhã de ontem, o prefeito de São Sebastião do Caí, Darci Lauermann (PMDB), decretou situação de calamidade pública, na tentativa de prevenir o caos. Moradores se esforçavam para afastar seus automóveis da inundação, estacionando nos lugares mais altos. Às 15h, já não havia mais vagas.

– Nossa cidade está no lugar errado, ela está dentro do rio. Essa é a realidade. Nós que adentramos o rio, vivemos literalmente dentro do seu espaço.

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