Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

AS ENXURRADAS E A IMPREVIDÊNCIA

ZERO HORA 12 de novembro de 2013 | N° 17612


EDITORIAIS



É compreensível que, diante de uma chuvarada como a registrada ontem, que excedeu em um dia a média de precipitação de um mês, o setor público seja incapaz de atender a todas as demandas e evitar muitos dos danos provocados, em especial na Região Metropolitana. Mas, ao mesmo tempo em que se reconhecem os esforços das equipes mobilizadas para atenuar transtornos e prejuízos, é preciso admitir que boa parte do que ocorreu é consequência de deficiências estruturais que ainda não foram tratadas como prioridade.

As enxurradas, com o transbordamento ou o acúmulo de água em cursos d’água, vias públicas e áreas urbanas habitadas, são o efeito mais visível de problemas causados por uma boa dose de imprevidência. Constata-se, nessas situações, que os dutos existentes não conseguem dar vazão a grandes volumes de chuva. O que seria compreensível em situações absolutamente anormais, como pode ser considerado o cenário de ontem, não é assim tão raro. A atual estrutura das redes de escoamento da Capital fracassa também quando eventos climáticos não se enquadram entre os considerados excepcionais.

São repetidos os episódios em que Porto Alegre tem a vida transtornada por chuvas intensas. Não basta alegar que não há como evitar os prejuízos causados por precipitações como a de ontem. É preciso pelo menos adotar medidas preventivas para atenuá-los e montar planos mais efetivos de intervenção nas emergências. Por isso, é urgente uma revisão nas estruturas das grandes cidades, como já foi feito parcialmente em algumas áreas localizadas, ou as chuvas continuarão causando danos econômicos e sociais, mesmo em circunstâncias menos dramáticas. A população, que contribui de forma irresponsável para o entupimento de bueiros, ao descartar lixo em ruas e riachos, também precisa rever hábitos e assumir responsabilidades. As chuvas intensas põem em questão a falta de planejamento dos governos e falhas graves de nossas condutas como cidadãos.

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