Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

QUANDO HÁ DESASTRES NATURAIS, A VIRTUDE DO GOVERNANTE NÃO ESTÁ À ALTURA

MOMENTO DE SABEDORIA


Por Epoch Times 09.07 às 3:00



O Rei Cheng Tang, da Dinastia Shang, imaginado pelo pintor Ma Lin, da Dinastia Song. A pintura está no Museu do Palácio Nacional em Taipei, Taiwan (Wikimedia)

Os chineses antigos acreditavam que se um monarca vive para servir as pessoas, isso estremecerá o céu e a Terra e trará prosperidade para seu povo.

Seja uma invasão de gafanhotos, secas, terremotos ou impactos de meteoritos, dinastia após dinastia os chineses acreditavam que a origem dos desastres naturais resultava de que “A virtude do Imperador não está a altura de sua posição.”

Os monarcas deviam levar vestidos longos e brancos pela manhã, mater-se distantes dos luxos do palácio, jejuar, abster-se de diversões, assim como muitos outros comportamentos para alcançar a autorreflexão, o melhoramento espiritual e o cultivo da virtude.

Alguns antigos imperadores chineses eram considerados responsáveis por todos os crimes humanos e por todos os desastres e calamidades sofridas pelo povo, então, pediam perdão a seus súditos por meio de editais imperiais por sua “administração inapropriada”.

Estas crenças concordavam com as antigas regras para o governo e a administração de tomar a lei do céu como guia do governo, a virtude como a fundação da administração e a compreensão de que a moralidade de um governante deve conformar-se às exigências do céu.

Cheng Tang era um rei virtuoso e benevolente. Depois de derrotar o tirano Jie, da Dinastia Xia, foi o primeiro Imperador da Dinastia Shang, estabelecida no ano de 1766 a.C. Durante a Dinastia Xia, sendo Cheng ainda um senhor feudal, ele foi acampar e viu um caçador que estendia suas redes e rogava a cada uma das quatro direções do céu “que em cada uma das quatro direções, todas as aves no céu e todas as bestas sobre a terra sejam capturadas em minhas redes”.

Vendo a cena, Cheng Tang suspirou e disse: “Atos tão cruéis como estender redes nas quatro direções para capturar todas as aves e bestas vivas são iguais aos do tirano Jie da Dinastia Xia.”

Cheng Tang ordenou ao caçador que retirasse suas redes em três direções, cobrindo uma só direção. O caçador modificou então sua oração, “Que todas as criaturas selvagens da esquerda, escapem mais para a esquerda. Que todas as criaturas selvagens da direita escapem mais para a direita. Que todas as criaturas selvagens que voam nos ares se elevem mais alto. Que todas as criaturas selvagens na terra escapem mais para baixo. Deixem somente que as criaturas selvagens destinadas a morrer entrem em minhas redes.”

Quando o senhor feudal de Han Nan ouviu esta história, elogiou o virtuoso Cheng Tang pelo que havia feito. “Cheng Tang é tão virtuoso como compassivo com as aves e feras. Não somente os homens recebem a benevolência de um rei!”

Esta é a origem do famoso provérbio chinês: “Estenda sua rede de um só lado”, que hoje significa “Deixar ao malfeitor uma saída para dar-lhe uma segunda oportunidade”. Segundo os registros históricos, depois que Cheng Tang cumpriu uma cruzada honorável que colocou fim ao reinado do tirano Jie, três mil senhores feudais se reuniram para escolher o novo imperador da China. Cheng Tang apresentou o selo imperial que havia adquirido de Jie, colocou-o à esquerda do selo vazio do imperador chinês e se inclinou repetidas vezes diante dele. Apresentando seu respeito para o selo imperial, Cheng Tang tomou assento entre os outros, e como senhor feudal disse: “Este trono pertence a um homem de virtude, porque a China é propriedade de todas as famílias. Somente um homem virtuoso pode dirigir a China. Somente um homem com princípios pode governar o mundo, porque somente um homem com princípios pode governar o país corretamente.” De todos os três mil senhores feudais, nenhum se atreveu a reclamar o trono. Cheng Tang negou modestamente o voto unânime de todos os senhores feudais três vezes antes de tomar finalmente com graça o assento imperial.

Ainda que Cheng Tang houvesse conseguido iniciar uma nova dinastia, a grave seca que havia começado durante o reinado de Jie continuava afetando a China. Durante sete anos, a seca fez com que rios e poços secassem, matou toda a grama e todas as árvores e deteve a germinação de todas as sementes, impedindo que o povo fizesse a colheita. Desde o início da seca, Cheng Tang havia instalado um altar e rogava sinceramente ao céu que chovesse, colocando fim à seca.

Sete anos se passaram, mas a seca persistia. Chang Tang ordenou ao astrônomo do reino que buscasse uma solução mediante adivinhação. O astrônomo disse: “Devemos sacrificar um homem diante dos deuses para parar a seca.” Cheng Tang refletiu por um momento e em seguida disse: “Estou rezando pela chegada da chuva para a salvação de meus súditos. Se devemos sacrificar um homem ao céu, sou voluntário para ser sacrificado.”

Cheng Tang tomou um banho, se absteve de alimento, cortou seus cabelos e unhas e trajando uma vestimenta longa de tecido branco e um cinturão branco, conduziu uma carruagem com um cavalo branco em direção a uma plantação de amoras. Ao chegar, dirigiu esta oração ao céu: “A culpa é minha e somente deve afetar a mim. Por favor, não castigue os meus súditos. Se meus súditos fizeram algo mau que tenha contribuído à seca, devo ser a origem e a causa de suas más ações. Espíritos do céu e espíritos fantasmas, por favor não toquem meus súditos porque sou eu quem falhei em guiá-los corretamente devido a minhas insuficientes capacidades.”

Em seguida o Imperador fez censuras a si mesmo de seis maneiras diferentes: “Acaso a seca foi causada pela falta de lei e ordem em minha administração? Acaso ignorei as dificuldades de meus súditos e não pude cumprir suas esperanças? Acaso a seca foi causada pela corrupção dos funcionários do governo de quem não dei conta? Desperdicei dinheiro ou utilizei a mão de obra de funcionários corruptos e aceitei maus conselhos?” No momento em que Cheng Tang terminou suas perguntas, começou a chover sobre milhares de quilômetros.

A antiga cultura tradicional da China diz que se um monarca verdadeiramente vive por seus súditos, sua conduta virtuosa poderá estremecer o céu e a Terra, trará prosperidade e deixará um bom exemplo para as gerações futuras.



Este artigo pertence a série “Histórias da antiga China”.

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