Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

sábado, 12 de março de 2011

REAÇÃO ÀS CATÁSTROFES

Os desastres naturais, como o pavoroso terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão e a recente enxurrada na Zona Sul do Estado, causam compreensível perplexidade e despertam reações nem sempre sensatas, que vão do misticismo exacerbado ao catastrofismo ambiental. Diante de um quadro consumado de adversidades climáticas provocado em grande parte pela ação humana, porém, de nada adianta simplesmente buscar culpados em meio à comoção generalizada. A prioridade no momento é a solidariedade às vítimas, no âmbito psicológico e material. Mas é preciso também que a humanidade possa reagir de forma solidária e responsável para evitar ao máximo esse tipo de ocorrência e reduzir seus danos, que são sempre superiores aos custos de medidas de prevenção normalmente postergadas por administradores públicos.

Catástrofes como as registradas agora sempre ocorreram. Os mesmos avanços que permitem hoje às populações de países de todo o mundo presenciarem em tempo real esses fenômenos naturais, porém, contribuem para torná-los cada vez mais frequentes e de efeitos avassaladores. Estudos avalizados até mesmo pelas Nações Unidas têm alertado para o agravamento dos problemas em consequência particularmente do aquecimento global. Não se trata simplesmente da manutenção de um quadro que, sob a forma predominantemente de enxurradas e deslizamentos no Brasil e de terremotos seguidos de tsunamis em países como o Japão, com implicações pela costa do Pacífico, tem se mostrado cada vez mais comum. A estimativa é de que esses fenômenos tendem a ser cada vez mais frequentes e intensos, o que exige uma mudança radical na forma de encará-los.

Individualmente ou de forma coletiva, cada habitante de toda comunidade, em qualquer parte do planeta, tem o dever de agir, como cidadão e como profissional, para reduzir as chances de danos causados pela ação da natureza. Nesta área, o mínimo gesto é importante – desde uma revisão nos hábitos de consumo até o cuidado com o descarte do lixo, com as opções de transporte, passando por maior pressão junto aos governantes de todas as instâncias da federação para que invistam em equipamentos precisos de prevenção climática, em mecanismos eficientes de alerta para situações de risco, em educação ambiental, em energias alternativas, em sistemas de transporte menos poluentes, em obras de infraestrutura adequadas para a contenção das águas, mas também em mais fiscalização para evitar ocupações irregulares e o desmatamento, por exemplo. É igualmente importante que a população colabore, seja para evitar áreas de risco, seja para abandonar de imediato locais em situação de emergência.

Da mesma forma, é fundamental que as obras viárias já executadas e as que vierem a ser projetadas daqui para a frente possam levar em conta o agravamento acelerado das condições climáticas. As catástrofes são inevitáveis, mas suas consequências podem ser atenuadas.

EDITORIAL ZERO HORA 11/03/2011

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