Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

sexta-feira, 11 de março de 2011

SISTEMA DEFICIENTE - METEOROLOGIA FALHA

SISTEMA DEFICIENTE. Por que a meteorologia falha? ZERO HORA 11/03/2011

Especialistas reclamam da falta de radares e de integração das redes meteorológicas para antever enxurradas e salvar vidas.

A tormenta no sul gaúcho expôs as deficiências da previsão no tempo no Brasil: nenhum modelo meteorológico alertou para a chuvarada. Especialistas cobram a instalação de mais radares doppler no Estado para antever com precisão o local e a intensidade das precipitações, além de aumentar a rede de estações meteorológicas e a integração entre elas. O investimento permitiria indicar a ocorrência de eventos extremos, como tornados ou enxurradas, em áreas mais delimitadas e com uma antecedência de até seis horas, o que poderia acelerar medidas preventivas e salvar vidas.

– É uma questão de prioridades. O que é mais importante: investir em radares me teorológicos ou em obras para Copa do Mundo e Olimpíada? – provoca Gustavo Escobar, um dos coordenadores do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE).

Atualmente, só há dois desses radares no Estado, um em Canguçu e outro em Santiago. Um grupo de trabalho enviou ao Ministério da Ciência e Tecnologia um projeto para ampliar o número desses radares no país – dos 30 atuais para 48 – mas sua aprovação depende de alto investimento: cada radar custa R$ 2,4 milhões.

– Além desse custo, é necessário comprar material sobressalente, contratar e treinar pessoal, instalar o aparelho em uma área remota. Isso custa em torno de três vezes o valor do radar – explica o coordenador-geral de agro- meteorologia do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Alaor Moacyr Dall’Antonia Jr.

Supercomputador promete avanços

Os especialistas ressaltam, porém, que o superequipamento por si só não basta para melhorar a precisão nos prognósticos meteorológicos. Conforme o coordenador do 8º Distrito de Meteorologia, Solismar Damé Prestes, eventos como o sistema de baixa pressão que provocou a enxurrada exigem um trabalho complementar para serem previstos. Solismar lembra que, mesmo nos Estados Unidos – coberto por 155 aparelhos Doppler – , a identificação e localização desses fenômenos, que se formam rapidamente em áreas pequenas, é completada por equipes em terra, em aviões e em barcos.

A esperança dos meteorologistas é de que a previsão ganhe avanços nos próximos meses. O Inpe comprou um supercomputador que gera dados mais precisos sobre o tempo.

– Com os dados gerados pelo supercomputador, poderemos aumentar nossa precisão para cada dois quilômetros – afirma Yoshihiro Yamasaki, professor da UFPel.

A tragédia de 2009

- O fenômeno que atingiu a região sul do Estado não é novidade para seus moradores, nem para as autoridades. No final de janeiro de 2009, a região sofreu uma enxurrada semelhante. Pelotas, Turuçu, Morro Redondo e Capão do Leão, os municípios mais atingidos, somaram pelo menos 11 vítimas, tiveram isolados milhares de moradores, ruíram 44 pontes e duas rodovias, as BRs 392 e 116, ficaram interrompidas por dias. Construções históricas, como as charqueadas de Pelotas, foram atingidas e danificadas. À época, foi considerada uma das maiores tragédias climáticas do Estado. O BALANÇO - 11 mortos, 3,3 mil flagelados, 4 cidades em emergência, 44 pontes atingidas e 2 BRs bloqueadas

Nenhum comentário:

Postar um comentário