Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

ALÉM DA LEI


ZERO HORA 13 de dezembro de 2013 | N° 17643


EDITORIAIS


A nova legislação de prevenção a incêndios, aprovada na última quarta-feira pela Assembleia Legislativa, é oportuna e atende a uma demanda inquestionável da sociedade, potencializada com a tragédia da boate Kiss. Mas entre a lei e a prática costuma haver uma distância muitas vezes intransponível. Para que os gaúchos possam efetivamente celebrar a normatização como um avanço, será preciso antes assegurar que haverá fiscalização adequada e que as sanções previstas serão aplicadas, não apenas para os estabelecimentos infratores como também para os responsáveis pelos serviços públicos que não cumprirem a sua parte.

Colocar no papel é sempre mais fácil do que colocar na realidade. Para que vidas sejam preservadas, como pretendem os legisladores, é impositivo que os órgãos públicos sejam aparelhados e preparados para o atendimento de todas as demandas. Não basta apenas colocar entraves à abertura e ao funcionamento de casas noturnas, clubes e outros locais com grande afluência de público. O que é preciso é dar-lhes condições de operação, sob a estrita observância das normas de segurança e conforto para os frequentadores.

Também é impositivo que se invista na construção de uma cultura de responsabilidade por parte dos cidadãos, para que as pessoas aprendam a se prevenir e a utilizar a própria legislação em sua defesa. Mais importante do que a punição depois do acontecido é a prevenção que evita riscos e perdas de vidas. Evidentemente, ter uma legislação rigorosa e bem feita já é um passo importante para o alcance dos demais objetivos.

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