FOLHA.COM 29/12/2013 - 02h00
Bêbado na areia dá trabalho aos salva-vidas de Santa Catarina
NATÁLIA CANCIAN
ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS
Do alto do posto dos salva-vidas, o paulista Igor Garcia Peres, 24, tenta manter os olhos fixos no mar -mas sem descuidar da areia.
A cena se passa em Jurerê Internacional, badalado destino de Santa Catarina e uma das poucas praias onde o mar não é o principal desafio da equipe de salva-vidas.
Lá, a maioria dos salvamentos ocorre em terra firme: na temporada, são até três ocorrências diárias, segundo a equipe que trabalha no local. No mar, o índice é de só uma ocorrência -por mês.
"Aqui o pessoal bebe demais. Já peguei casos de cortes por garrafas [na areia], quedas, insolação", diz Peres, que atuou na mesma praia na última temporada.
Caio Cezar/Folhapress
Posto de salva-vidas em Jurerê Internacional (SC); frequentadores bêbados na areia dão mais trabalho que banhistas
CHAMPANHE
O lugar é conhecido pelos beach clubs, por festas disputadas durante o verão e por bares "pé na areia", onde o champanhe é hit em parte da praia, frequentada por turistas de alto poder aquisitivo.
"Aqui é mais complicado que no mar. As pessoas bebem e esquecem de comer", afirma o salva-vidas Odemar Silva Filho, 24.
Frequentadores e veranistas reclamam do número de garrafas "abandonadas" após as festas de Ano-Novo.
"A praia fica um horror, com muita sujeira. Minha amiga cortou o pé depois do último Réveillon porque tinha uma garrafa quebrada no mar", conta a fazendeira Kadine Lisboa, 31, que descansava na praia com a família.
Embora não tenha dados oficiais sobre o número de ocorrências por praia, o comandante do grupo de busca e salvamento, tenente Bruno Azevedo Lisboa, confirma a troca do mar pela areia.
ATÍPICA
Para ele, a situação em Jurerê Internacional é atípica.
"É uma praia que não tem correntes de retorno, e o mar não oferece tanto perigo. Além disso, é muito movimentada. Há vários casos de mal súbito, queda de pressão", relata o comandante.
Segundo Lisboa, no posto salva-vidas da praia há kit de primeiros socorros e também cilindros de oxigênio.
"A pessoa acaba ingerindo bastante bebida alcoólica, depois fica no sol, na água, e aí tem queda de pressão."
Em outras praias movimentadas de Florianópolis, como Ingleses, tanto o mar quanto a areia são desafios.
"Vigiar" a areia, porém, é quase impossível na alta temporada, que reúne milhares de pessoas –daí a recomendação de que os turistas procurem apoio dos salva-vidas em caso de necessidade.
"O foco ainda é o olho no mar", diz o comandante.
Bêbado na areia dá trabalho aos salva-vidas de Santa Catarina
NATÁLIA CANCIAN
ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS
Do alto do posto dos salva-vidas, o paulista Igor Garcia Peres, 24, tenta manter os olhos fixos no mar -mas sem descuidar da areia.
A cena se passa em Jurerê Internacional, badalado destino de Santa Catarina e uma das poucas praias onde o mar não é o principal desafio da equipe de salva-vidas.
Lá, a maioria dos salvamentos ocorre em terra firme: na temporada, são até três ocorrências diárias, segundo a equipe que trabalha no local. No mar, o índice é de só uma ocorrência -por mês.
"Aqui o pessoal bebe demais. Já peguei casos de cortes por garrafas [na areia], quedas, insolação", diz Peres, que atuou na mesma praia na última temporada.
Caio Cezar/Folhapress
Posto de salva-vidas em Jurerê Internacional (SC); frequentadores bêbados na areia dão mais trabalho que banhistas
CHAMPANHE
O lugar é conhecido pelos beach clubs, por festas disputadas durante o verão e por bares "pé na areia", onde o champanhe é hit em parte da praia, frequentada por turistas de alto poder aquisitivo.
"Aqui é mais complicado que no mar. As pessoas bebem e esquecem de comer", afirma o salva-vidas Odemar Silva Filho, 24.
Frequentadores e veranistas reclamam do número de garrafas "abandonadas" após as festas de Ano-Novo.
"A praia fica um horror, com muita sujeira. Minha amiga cortou o pé depois do último Réveillon porque tinha uma garrafa quebrada no mar", conta a fazendeira Kadine Lisboa, 31, que descansava na praia com a família.
Embora não tenha dados oficiais sobre o número de ocorrências por praia, o comandante do grupo de busca e salvamento, tenente Bruno Azevedo Lisboa, confirma a troca do mar pela areia.
ATÍPICA
Para ele, a situação em Jurerê Internacional é atípica.
"É uma praia que não tem correntes de retorno, e o mar não oferece tanto perigo. Além disso, é muito movimentada. Há vários casos de mal súbito, queda de pressão", relata o comandante.
Segundo Lisboa, no posto salva-vidas da praia há kit de primeiros socorros e também cilindros de oxigênio.
"A pessoa acaba ingerindo bastante bebida alcoólica, depois fica no sol, na água, e aí tem queda de pressão."
Em outras praias movimentadas de Florianópolis, como Ingleses, tanto o mar quanto a areia são desafios.
"Vigiar" a areia, porém, é quase impossível na alta temporada, que reúne milhares de pessoas –daí a recomendação de que os turistas procurem apoio dos salva-vidas em caso de necessidade.
"O foco ainda é o olho no mar", diz o comandante.
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