Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

BOMBEIROS DO RIO - PRIMEIRA REUNIÃO COM O COMANDANTE-GERAL TERMINA SEM ACORDO



Primeira reunião entre bombeiros e comandante-geral termina sem acordo - Jornal do Brasil - JORNAL DO BRASIL, 08/-6/2011, 8h39


Terminou sem acordo a primeira reunião entre os líderes dos bombeiros que há três dias estão acampados em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e o comandante-geral da corporação, coronel Sérgio Simões. Também compareceram o presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), e o o secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes.

Apesar de o encontro não ter resolvido o impasse, foi visto como um avanço por ambas as partes. Na próxima quinta haverá uma nova rodada de negociações. O horário e o local ainda não estão definidos.

Segundo o coronel Sérgi Simões, a pedida salarial dos militares ultrapassa o teto pago pelo Estado. Sobre a libertação dos 439 detidos após a invasão ao quartel-general do Corpo de Bombeiros, na última sexta-feira, ele disse não ter poder para reverter a situação.

"Eles dizem que um dispositivo federal permite a anistia dos detidos, mas disse-lhes que tenho dúvidas sobre esse instrumento legal", afirmou.

A anistia "ampla, geral e irrestrita é uma das exigências dos manifestantes para que os protestos sejam interrompidos. Além disso, eles desejam aumento salarial e melhorias das condições de trabalhos. Segundo os militares, faltam equipamentos básicos. Os guarda-vidas, por exemplos, não receberiam filtro solar.

A reunião ocorreu mesmo depois que líderes do movimento divulgaram nota, à tarde, informando que as negociações não seriam retomadas enquanto os 439 bombeiros presos não fossem soltos - o documento foi assinado por um major, três capitães, um sargento e três cabos, que se apresentam como oito lideranças do movimento.

"Orientamos, pelo bem dos 439 bombeiros presos, bem como das nossas famílias, que ninguém está autorizado a negociar qualquer pauta antes que todos nós sejamos libertados", dizia um trecho da nota.

Defensoria entra com pedido de relaxamento de prisão e de liberdade provisória

No início da noite, a Defensoria Pública do Estado ingressou na Auditoria Militar com pedido de relaxamento de prisão e de liberdade provisória para os 439 bombeiros presos. Segundo a defensoria, a prisão seria ilegal, pois a entidade não havia recebido o Auto de Prisão em Flagrante dos militares. Para os Defensores, a demora na comunicação não se justifica nem mesmo com o número elevado de detidos.

No pedido de Liberdade Provisória, "é afirmada a desnecessidade da prisão dos Bombeiros, uma vez que num Estado Democrático de Direito a regra é que o réu responda ao processo em liberdade, só podendo ser preso após a condenação transitada em julgado. Além disso, a prisão provisória é uma medida excepcional, não podendo ser aplicada como forma de punição antecipada", diz a nota, acrescentando que os defensores públicos "entendem que os bombeiros exercem atividade lícita e estável como servidores públicos".

Presos recusam transferência

No início da tarde, os presos rejeitaram a proposta do comando-geral da corporação para serem transferidos do quartel do Corpo de Bombeiros, em Jurujuba, Niterói, para as unidades onde são lotados. Para a representante da Associação dos Ativos, Inativos e Pensionistas das Polícias Militares, Brigadas Militares e Corpos de Bombeiros do Brasil (Assinap), Sônia Regina Samary, a proposta de transferir os militares para as unidades onde estão lotados objetivava separá-los para enfraquecer o movimento.

Durante o dia, familiares dos presos se reuniram em frente ao quartel. A mulher de um dos detidos disse que o grupo reivindicava a libertação de todos os 439 bombeiros. "Eles não são bandidos, são trabalhadores que salvam vidas. O que adianta aumento agora se nossos maridos estão presos."

Os familiares puderam entrar no quartal com cobertores e alimentos para os bombeiros presos. Nos prédios ao lado do quartel, a população pendurou bandeiras e lenços vermelhos em apoio ao movimento. Alguns dos presos rasparam a cabeça e fizeram inscrição com o número 439, em referência ao total de detidos.

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