Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

sábado, 15 de janeiro de 2011

PREVENÇÃO EM ÁREAS DE RISCO

Prevenção em áreas de risco - Editorial Zero Hora 15/01/2011

O dramático episódio do Rio de Janeiro deve servir de alerta para os administradores municipais em relação às populações localizadas em áreas de risco, principalmente nas cercanias de morros e nas margens de rios e riachos. Esta não deve ser uma preocupação apenas de Porto Alegre, onde já foram identificados pela Defesa Civil sete locais considerados de alto risco, nos quais vivem pelo menos 600 famílias. O primeiro passo para o encaminhamento de soluções pode estar sendo dado pelo mapeamento que será realizado nos próximos meses pelo Centro de Estudos e Pesquisa em Desastres da UFRGS.

Tal estudo certamente irá apenas confirmar, com dados mais precisos, o que as autoridades já sabem. Vastas áreas de encostas foram ocupadas desordenadamente nas últimas décadas na Capital. É constrangedor para o setor público que, além do risco de tragédias decorrentes das condições geológicas, os moradores dessas ocupações se submetam a condições de vida muitas vezes degradantes, sem infraestrutura básica de água e esgoto. Cenário semelhante pode ser visto em outras cidades gaúchas, principalmente as que atraíram moradores das proximidades em consequência da industrialização. São ocupantes de morros ou de áreas próximas de cursos d’água, que não podem se valer da desculpa de que nunca enfrentaram problemas provocados por desastres naturais.

Também a região serrana do Rio era, até agora, considerada imune a tragédias, assim como as áreas atingidas por deslizamentos em Santa Catarina, em 2008. Em ambos os casos, as vítimas não foram apenas famílias pobres de ocupações irregulares, o que impõe a observação de que todos, independentemente de classe social, devem se submeter às avaliações de risco.

No caso de moradores de baixa renda de terras tomadas irregularmente, seria hipocrisia exigir que essas pessoas se retirassem abruptamente dos locais, até mesmo porque muitas delas dependem da proximidade com locais de trabalho e áreas comerciais para sobreviver. Mas é urgente que os municípios deem prioridade a planos de combate à ocupação irregular, oferecendo alternativas para estas populações. A solução somente será encontrada com planos de reavaliação da ocupação urbana que levem em conta todos os aspectos envolvidos, entre os quais a questão social.

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