Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

SERVIÇO INSUFICIENTE


ZERO HORA 28 de janeiro de 2014 | N° 17687


EDITORIAIS



A existência de 189 mil planos de prevenção de incêndio à espera de alvará no Estado evidencia a incapacidade do Corpo de Bombeiros, com o atual quadro, de dar conta da demanda no prazo que os proprietários desejam. O comandante da corporação, em entrevista a este jornal, admite a sobrecarga e diz que está tentando atenuar o problema com a formação de forças-tarefas emergenciais. Traduzindo: os bombeiros fazem o que podem, mas não estão conseguindo dar conta do recado, especialmente no que se refere à prevenção, que passou a ser o principal foco do trabalho.

Eis aí um desafio inadiável para o governo do Estado: aperfeiçoar o serviço de vistoria e liberação de documentos para o funcionamento com segurança das casas comerciais, clubes e salões paroquiais que recebem grande afluência de pessoas. A segurança tem que vir em primeiro lugar, mas não há sentido em simplesmente paralisar o funcionamento dos estabelecimentos por falta de estrutura fiscalizadora.

Há alternativas. Como sugere o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado, Luiz Alcides Capoani, o governo poderia contratar técnicos, mais especificamente engenheiros e arquitetos, para auxiliar na análise e na implantação dos planos de prevenção. O aumento do rigor por parte do poder público para conceder alvarás, mais do que justificado depois da tragédia da boate Kiss, tem que ser acompanhado de condições efetivas de operação.

Quando ocorre um sinistro, ninguém quer saber se a fiscalização foi mal feita por falta de servidores. No caso de Santa Maria, por exemplo, os bombeiros acabaram sendo responsabilizados, tanto por falhas na prevenção quanto pelo atendimento prestado na hora do incêndio – ainda que, em ambos os casos, estivessem em número reduzido e com equipamento precário.

Precisam, portanto, de reforço e de ajuda.


MUNICÍPIOS COM UNIDADES DE BOMBEIROS NO RS (2010)

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