Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

TODAS AS DENÚNCIAS SÃO CONFERIDAS


ZERO HORA 27 de janeiro de 2014 | N° 17686

KISS UM ANO

“Todas as denúncias são conferidas”

ENTREVISTA

EVILTOM PEREIRA DIAZ, comandante do Corpo de Bombeiros



Comandante do Corpo de Bombeiros desde 17 de dezembro, o coronel Eviltom Pereira Diaz,49 anos, admite que a demanda por prevenção cresce sem que o efetivo acompanhe. Leia trechos da entrevista que o oficial concedeu a ZH

Zero Hora – A fila para aprovação de PPCIs e emissão de alvará dos bombeiros aumenta a cada dia, mas o efetivo da corporação não acompanha esse crescimento. A Kiss ocupava o número 541 de uma fila de 1.036 estabelecimentos que aguardavam vistoria dos bombeiros. Qual a estratégia para que situações de risco não fiquem paradas nessa fila?

Eviltom Pereira Diaz – Uma das estratégias é redirecionar servidores, fazer forças-tarefas emergenciais. Mas isso é esporádico. Também readequar servidores, tirar de outros setores. Um exemplo é Santa Maria, onde tínhamos 14 servidores (na Seção de Prevenção a Incêndio, quando a Kiss queimou) e hoje temos 31. Tem também o uso de tecnologias, como o software (o SIG-PI). Uma mudança na lei também vai nos ajudar, que é a norma de que prédio de risco pequeno, que era inspecionado a cada dois anos, terá vistoria a cada três anos. Com isso, ganhamos um fôlego.

ZH – A estratégia de redirecionar servidores não faz com que falte em outros locais, já que o cobertor é curto?

Eviltom – É uma estratégia que não nos dá muita margem, até que recebamos os novos 400 homens (está prevista a abertura de concurso para esse número).

ZH – Com o pouco efetivo e recurso, qual sua prioridade para 2014?

Eviltom – São os prédios classificados como F6, que são boates, clubes, salões paroquiais, templos, igrejas, estabelecimentos de reunião de público, como a Kiss. Não existe estatística nacional oficial, mas temos estudos de integrantes da corporação: até o episódio da Kiss, os locais com maior número de vítimas fatais em incêndio eram, em primeiro lugar, indústria e comércio, em segundo, residenciais e em terceiro lugar, locais de reunião de público. A partir de 27 de janeiro de 2013, esses locais passaram para primeiro lugar. Então, temos dado mais atenção para esses locais.

ZH – Mais alguma estratégia de atuação para a prevenção de novas tragédias?

Eviltom – A prevenção está ganhando cada vez mais atenção. No passado, o bombeiro era só um apagador de incêndio. Hoje, nosso foco está na prevenção. Estamos dando atenção para as denúncias, todas estão sendo conferidas.

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