Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

DESPREPARO GENERALIZADO

PÁGINA 10 | LETÍCIA DUARTE (Interina)- ZERO HORA 11/01/2012

Ainda que pouco diplomática, a reação do prefeito José Fortunati às interdições da Usina do Gasômetro e do Complexo Cultural do Porto Seco acabou prestando um serviço de utilidade pública, ao questionar a situação dos prédios públicos do Estado em relação a normas de segurança.

Com a divulgação da existência de uma lista informal formada por pelo menos 40 imóveis que também estariam com o Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI) vencido, incluindo propriedades do governo estadual, da Assembleia Legislativa, do Judiciário e do Ministério Público, Fortunati apontou a dificuldade dos poderes gaúchos em cumprir leis que exigem dos outros.

Se, por um lado, isto revela um descaso coletivo com a prevenção, por outro, não pode ser utilizado como desculpa para o problema. Seria no mínimo incoerente justificar uma falha com o argumento de que outros também a cometeram, como se nada precisasse ser feito porque ninguém faz. Por isso, o argumento de “perseguição política” contra a prefeitura de Porto Alegre também se mostra inadequado.

Superando as disputas políticas e as vaidades pessoais que movem as relações de poder, ainda mais às vésperas de uma eleição, o caso precisa servir de alerta. Se os poderes públicos não dão exemplo na tomada de medidas de prevenção, que legitimidade têm para cobrar dos cidadãos o cumprimento das leis?

Também é o momento para os poderes virem a público para responder às perguntas suscitadas. Existe realmente negligência? Se há, por que os prazos e as medidas exigidas estão sendo desrespeitados? Qual o risco real que estes imóveis oferecem?

Não se pode esperar uma tragédia para agir. Muito menos para apresentar explicações.

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