Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
INTERVENÇÃO OPORTUNA
EDITORIAL ZERO HORA 05/01/2012
A decisão da presidente Dilma Rousseff de determinar à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, uma radiografia na rubrica de verbas para prevenção de enchentes é o mínimo que o país poderia esperar para pôr fim às denúncias de favorecimento político com o uso desses recursos. Ontem, tanto a ministra quanto o responsável pela pasta da Integração, Fernando Bezerra, se empenharam em negar o fato de se tratar de uma intervenção. Uma simples atuação conjunta entre a Casa Civil e o Ministério da Integração nessa área, de qualquer forma, já é suficiente para acenar com a expectativa de maior impessoalidade na alocação de verbas que, além de melhor distribuídas, precisam dar mais ênfase à prevenção.
O inadmissível, por mais que os envolvidos diretamente insistam em tentativas de explicação, é a continuidade de práticas nas quais verbas oficiais já escassas para os objetivos aos quais se propõem são usadas para fins meramente eleitoreiros. Foi o que ocorreu agora, na gestão do ministro da Integração, que não hesitou em favorecer claramente a cidade pernambucana de Petrolina, na qual já exerceu três mandatos como prefeito, e seu Estado natal. Na administração anterior, o ex-ministro Geddel Vieira Lima também já havia recorrido a dinheiro oficial para privilegiar sua base eleitoral na Bahia, o que não tem como ser tolerado.
Verbas governamentais são garantidas pelos impostos pagos pelos contribuintes. Não podem, por isso, se prestar para privilegiar uma ou outra região por razões subjetivas.
No momento em que extensas áreas do país enfrentam simultaneamente os efeitos das cheias e de secas, como as registradas no Sul, é importante haver ainda maior conscientização sobre a necessidade de as verbas serem mais fiscalizadas, de forma permanente. É preciso também que nem a presidente da República, nem os órgãos de fiscalização, de maneira geral, fiquem na dependência da publicação de denúncias para, só então, decidirem agir de forma mais rigorosa.
CRISE NO GOVERNO. PSB reage e cobra apoio a ministro. Criticado por concentrar verbas a Estado natal, Bezerra afirmou que decisão teve aval de Dilma - ZERO HORA 05/01/2012
A reação do governo federal ao direcionamento para Pernambuco de quase 90% das verbas do Ministério da Integração Nacional destinadas à prevenção de desastres naturais gerou uma crise política com o PSB. Presidente do partido e governador, Eduardo Campos (PE) não aceitou a decisão tomada pelo Planalto de intervir nas ações da pasta, comandada pelo ministro Fernando Bezerra Coelho, seu afilhado político, e cobrou apoio a seu aliado.
Para a cúpula do PSB, o movimento do governo fragilizou Bezerra justamente no momento em que a presidente Dilma Rousseff prepara uma reforma ministerial e o coloca na berlinda depois de o governo ter demitido seis ministros por problemas de gestão ou de denúncias.
As queixas e cobranças do comando do partido fizeram com que o governo lançasse mão de pelo menos um gesto público para tentar resolver o mal-estar. A Casa Civil divulgou nota afirmando que não houve intervenção nas ações da Integração Nacional. Ontem, a ministra Gleisi Hoffmann interrompeu as férias para, a pedido de Dilma, monitorar o repasse de verbas.
Bezerra também abreviou as férias, a fim de dar explicações públicas sobre o caso. Sem negar a concentração das verbas para seu Estado natal, foi duro e defendeu os repasses, afirmando que não aceitaria discriminação contra Pernambuco. Ao rechaçar críticas de critério político para a liberação dos recursos antienchentes, o ministro afirmou que o destino das verbas foi definido após “discussão técnica” com equipes do Ministério do Planejamento e da Casa Civil, e com pleno conhecimento da presidente Dilma Rousseff.
– Não existe política partidária, miúda, pequena. Não posso aceitar que se discrimine o Estado de Pernambuco por ser o do ministro – protestou.
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