EDITORIAL ZERO HORA 21/01/2012
A Farsul traçou o pior quadro da seca que atinge o Estado. Segundo a projeção divulgada na última quinta-feira pela entidade, as perdas da agricultura poderão determinar um PIB negativo para o Rio Grande, além de provocar desemprego em massa nos municípios mais afetados pela estiagem. Em contrapartida, começaram a ser distribuídos ontem os recursos federais destinados a atenuar os prejuízos nas áreas mais carentes e a natureza também resolveu dar uma ajudinha, registrando-se precipitações em vários municípios da Região Noroeste, onde não chovia há vários dias. E nesses locais já surgem manifestações de agricultores afirmando que é possível, sim, plantar algumas culturas e recuperar parte do que foi perdido.
A questão da seca precisa ser tratada com realismo e objetividade. Faz muito mal para o Estado o rótulo de que, no setor rural, somos chorões e costumamos vender a imagem de tragédia com o propósito de garantir vantagens. Esse estereótipo acaba fragilizando o discurso de nossos representantes políticos e empresariais quando reivindicam auxílio para causas justas.
De outra parte, não podemos mascarar um problema desta dimensão. Tanto o poder público, representado pelo governo estadual e pelas administrações municipais, quanto os produtores rurais e suas entidades representativas têm o dever de mapear com precisão os danos causados pela seca, para que o Estado possa efetivamente buscar compensações compatíveis com as perdas. Seria deplorável, em qualquer hipótese, transformar um problema tão grave em jogo de perde e ganha.
O Rio Grande precisa de ajuda, mas também precisa se ajudar, fazendo a sua parte, adotando medidas preventivas e reconstruindo suas lavouras com a persistência de sempre, mesmo que a terra pareça arrasada.
Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.
sábado, 21 de janeiro de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário