INCÊNDIO NO MERCADO PÚBLICO DE PORTO ALEGRE
A INVESTIGAÇÃO
Perícia sobre incêndio no Mercado deve ser concluída em prazo de 30 dias
O incêndio que quase aniquilou mais de 140 anos de história viva de Porto Alegre começou no segundo andar do vetusto prédio, entre três restaurantes e o Memorial do Mercado Público. É um ponto central, situado de frente para a Avenida Julio de Castilhos. Estas são as deduções preliminares da equipe enviada pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) para periciar o local e também das informações repassadas por testemunhas ao delegado Hilton Müller, da 17ª DP, responsável pela investigação. A perícia deve ser concluída em 30 dias.
Segundo funcionários do prédio e donos de bancas relataram a Zero Hora e também a policiais civis, as chamas irromperam em algum ponto entre três restaurantes (um de comida vegetariana, outro de culinária italiana e uma choperia). Logo, engolfaram também o Memorial do Mercado Público. O delegado diz que ainda é muito cedo para esclarecer as causas. As hipóteses vão desde escapamento de gás até curto-circuito na fiação do prédio. O gás no prédio é encanado, informa Ivair Maynart, que na prefeitura responde como coordenador do Mercado. Não está excluída a possibilidade de existirem botijões clandestinos. As análises iniciais descartam incêndio proposital, mas nada é conclusivo.
– Todas as definições legais de conclusão e de responsabilidade de quem causou o evento vamos deixar para um segundo momento – explica o delegado.
Imagens serão analisadas
A polícia espera contar com imagens que devem ser obtidas junto a câmeras de vídeo, mas ainda não foram disponibilizadas. Uma situação causou alívio a peritos e policiais: o primeiro andar (o térreo) ficou intacto e muitos lojistas não devem colher prejuízos. O delegado Müller ficou surpreso ao entrar no local:
– O que vimos sábado à noite, pela imprensa, era que o dano era muito grande. Nos surpreendeu muito positivamente que o dano não tinha tanta dimensão. Nossa preocupação agora é mostrar aos gaúchos que a situação não é tão dramática quanto imaginávamos.
O cálculo dos peritos do IGP é de que cerca de 10% do prédio tenha sido consumido pelas chamas. Bem menos grave que a estimativa do Corpo de Bombeiros, feita ainda na noite de sábado, que era de 30% de destruição. Pelo Twitter da Casa Civil, o governo estadual chegou a calcular, no domingo, que 25% do local tinha sido atingido, mas o dado oficial será o do IGP.
HUMBERTO TREZZI E LETÍCIA COSTA
O incêndio que quase aniquilou mais de 140 anos de história viva de Porto Alegre começou no segundo andar do vetusto prédio, entre três restaurantes e o Memorial do Mercado Público. É um ponto central, situado de frente para a Avenida Julio de Castilhos. Estas são as deduções preliminares da equipe enviada pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) para periciar o local e também das informações repassadas por testemunhas ao delegado Hilton Müller, da 17ª DP, responsável pela investigação. A perícia deve ser concluída em 30 dias.
Segundo funcionários do prédio e donos de bancas relataram a Zero Hora e também a policiais civis, as chamas irromperam em algum ponto entre três restaurantes (um de comida vegetariana, outro de culinária italiana e uma choperia). Logo, engolfaram também o Memorial do Mercado Público. O delegado diz que ainda é muito cedo para esclarecer as causas. As hipóteses vão desde escapamento de gás até curto-circuito na fiação do prédio. O gás no prédio é encanado, informa Ivair Maynart, que na prefeitura responde como coordenador do Mercado. Não está excluída a possibilidade de existirem botijões clandestinos. As análises iniciais descartam incêndio proposital, mas nada é conclusivo.
– Todas as definições legais de conclusão e de responsabilidade de quem causou o evento vamos deixar para um segundo momento – explica o delegado.
Imagens serão analisadas
A polícia espera contar com imagens que devem ser obtidas junto a câmeras de vídeo, mas ainda não foram disponibilizadas. Uma situação causou alívio a peritos e policiais: o primeiro andar (o térreo) ficou intacto e muitos lojistas não devem colher prejuízos. O delegado Müller ficou surpreso ao entrar no local:
– O que vimos sábado à noite, pela imprensa, era que o dano era muito grande. Nos surpreendeu muito positivamente que o dano não tinha tanta dimensão. Nossa preocupação agora é mostrar aos gaúchos que a situação não é tão dramática quanto imaginávamos.
O cálculo dos peritos do IGP é de que cerca de 10% do prédio tenha sido consumido pelas chamas. Bem menos grave que a estimativa do Corpo de Bombeiros, feita ainda na noite de sábado, que era de 30% de destruição. Pelo Twitter da Casa Civil, o governo estadual chegou a calcular, no domingo, que 25% do local tinha sido atingido, mas o dado oficial será o do IGP.
HUMBERTO TREZZI E LETÍCIA COSTA
Animais resgatados estão em granja
Um dos temores de quem presenciou as chamas consumindo parte do Mercado Público foi a morte de animais que são comercializados no prédio do Centro Histórico. Mesmo que o fogo não chegasse ao andar térreo, a grande quantidade de fumaça poderia ser prejudicial aos mais de cem bichos da Loja do Galo – a maioria de pequeno porte.
A remoção foi rápida, já que o estabelecimento tem porta voltada para o lado externo da construção, na Avenida Borges de Medeiros. O proprietário, Gilnei Giovanaz, ao ficar sabendo do incêndio pela Rádio Gaúcha, dirigiu-se ao local e abriu a cortina de ferro. Os bombeiros fizeram a remoção, e a titular da Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda), Regina Becker, ofereceu abrigo, transporte e chamou três veterinários. Giovanaz preferiu levar os animais – entre eles galinhas, periquitos e coelhos – para a garagem do irmão, na zona norte de Porto Alegre. Um caminhão do Batalhão Ambiental da Brigada Militar fez o traslado.
– Hoje (ontem), devolvi a maior parte ao fornecedor, que buscou os animais e os levou para uma granja, mais apropriado – disse Giovanaz.
Regina ficou preocupada com os peixes, sem energia elétrica para oxigenar os aquários do Stanivet Pro Aquários. Se os peixes começassem a morrer, poderiam contaminar a água. O gerente da loja, Paulo Roberto Niada, conseguiu compressores à bateria, e espécies foram tiradas do Mercado.
Memorial foi totalmente consumido pelas chamas
Dois espaços dedicados à preservação da memória cultural e da história do Mercado Público de Porto Alegre também foram consumidos pelo incêndio: o Memorial do Mercado e a Livraria Ilhota. Ambos funcionavam na sala 38, no segundo piso.
– Todo o espaço foi queimado. Teremos uma reunião nesta segunda-feira para avaliar quais documentos podem ser recuperados a partir de outras fontes – disse o secretário municipal da Cultura, Roque Jacoby.
Vinculado à Coordenação da Memória da Secretaria Municipal da Cultura, o Memorial tinha um acervo documental e iconográfico sobre o espaço e prestava atendimento a pesquisadores e público em geral. Concebido a partir do projeto de restauração do prédio, foi aberto à visitação em 1999 e realizava exposições de longa e curta duração, além de ações educativas voltadas ao público escolar. O local tinha um banco de imagens digitalizadas para consulta, além de fotos, mapas, plantas e documentos sobre a execução da obra de restauro.
Livraria comercializava obras de artistas locais
Segundo dados do próprio Memorial, nos primeiros seis meses do ano passado, mais de 10 mil pessoas visitaram o local.
No mesmo espaço, funcionava a Livraria Ilhota, que comercializava obras de artistas locais selecionados pelas diversas coordenações da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre, além daquelas financiadas pelo Fundo Municipal de Apoio à Produção Artística e Cultural de Porto Alegre (Fumproarte) e impressas pela Editora da Cidade.
PRÓXIMOS PASSOS - Entenda o que a polícia e o IGP irão apurar sobre o incêndio no mercado
INÍCIO DO FOGO - As chamas começaram no segundo andar do prédio do Mercado Público. A perícia tentará esclarecer qual foi o ponto exato em que o incêndio teve início. Dados preliminares indicam que o fogo começou entre três restaurantes e o Memorial do Mercado.
CAUSAS DAS CHAMAS - As hipóteses são as mais variadas, desde escapamento de gás até curto-circuito na fiação. A perícia ainda não sabe qual foi o motivo do incêndio e não descarta nenhuma possibilidade. Os peritos devem finalizar laudo em prazo de até 30 dias.
CÂMERAS DE VÍDEO - A polícia aposta nas imagens das câmeras de vídeo internas do mercado para auxiliar na investigação. Os registros serão solicitados nos próximos dias pelo delegado responsável.
10% do Mercado Público foi consumido pelo incêndio de sábado, segundo análise dos técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP).
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