ZERO HORA 09 de julho de 2013 | N° 17486
EDITORIAIS
O Rio Grande do Sul sobressaltou-se na noite de sábado com a notícia do terceiro incêndio de grandes proporções em local de uso público em menos de seis meses. As chamas que engoliram 10% do prédio histórico do Mercado Público de Porto Alegre expuseram a fragilidade da política gaúcha de prevenção e combate a sinistros desse tipo. O fato de não terem ocorrido vítimas e de os danos materiais terem se limitado à cobertura e ao segundo pavimento do edifício contribui para atenuar parcialmente o choque da tragédia. Mas não deve inibir as providências para que as instalações sejam restauradas e aperfeiçoadas, preservando o modelo arquitetônico que consagra o mercado central como uma das belezas da capital gaúcha. A RBS defende a imediata recuperação do prédio e discorda da proposta de implosão manifestada neste mesmo veículo pelo colunista Paulo SantAna, que expressou sua visão pessoal em consonância com os princípios de pluralismo de opinião e de liberdade de expressão cultuados pela empresa.
O anúncio da prefeitura de que o pavimento inferior do Mercado será aberto ao público o quanto antes e a garantia do governo federal de que haverá recursos para recuperação do prédio, por meio do PAC Cidades Históricas, sugerem a perspectiva de uma reconstrução rápida, fora dos padrões após episódios desse tipo. Não faltarão, por certo, apoio e boa vontade da parte da comunidade, a começar pelos próprios comerciantes e frequentadores do local, possivelmente o prédio mais visitado do Estado. Assim, é essencial que os gaúchos assumam o compromisso de que o novo Mercado Público seja um modelo de segurança e prevenção capaz de inspirar outras obras desse tipo. Não se pode aceitar que essa construção de mais de 140 anos, que já sobreviveu a quatro incêndios, seja nada menos do que o edifício à prova de incêndio por excelência em nosso Estado e, quiçá, no país. Essa é a única maneira razoável de o Rio Grande do Sul responder à altura a uma sequência de dramas que ameaça a sua própria integridade física e patrimonial. Considerando-se o retrospecto recente da boate Kiss, assusta constatar que a sociedade e as autoridades do Estado ainda não desenvolveram medidas práticas capazes de prevenir outros sinistros do gênero, especialmente em prédios de grande afluência de pessoas, como é o caso do Mercado Público. Não merecemos ser inscritos na memória pública como a terra em que chamas incontroláveis destroem pessoas e bens sem que sobrevenha resposta à altura.
Cabe às autoridades de todas as esferas de poder liderar essa mobilização cívica que assume, ao fim e ao cabo, o caráter de defesa de nosso patrimônio humano e material. Que a noite de sábado, 6 de julho, passe à história como a data em que se encerrou a era dos prédios de uso público sem plano de prevenção e combate a incêndio. Que os gaúchos tomem em suas mãos a recuperação do Mercado Público como um espaço a salvo de sinistros, um espaço de convivência digno de acolher seus cerca de 50 mil visitantes diários e um verdadeiro cartão-postal não apenas da Porto Alegre histórica, mas também da Capital de um futuro em que a leniência e o descaso não tenham guarida.
EDITORIAIS
O Rio Grande do Sul sobressaltou-se na noite de sábado com a notícia do terceiro incêndio de grandes proporções em local de uso público em menos de seis meses. As chamas que engoliram 10% do prédio histórico do Mercado Público de Porto Alegre expuseram a fragilidade da política gaúcha de prevenção e combate a sinistros desse tipo. O fato de não terem ocorrido vítimas e de os danos materiais terem se limitado à cobertura e ao segundo pavimento do edifício contribui para atenuar parcialmente o choque da tragédia. Mas não deve inibir as providências para que as instalações sejam restauradas e aperfeiçoadas, preservando o modelo arquitetônico que consagra o mercado central como uma das belezas da capital gaúcha. A RBS defende a imediata recuperação do prédio e discorda da proposta de implosão manifestada neste mesmo veículo pelo colunista Paulo SantAna, que expressou sua visão pessoal em consonância com os princípios de pluralismo de opinião e de liberdade de expressão cultuados pela empresa.
O anúncio da prefeitura de que o pavimento inferior do Mercado será aberto ao público o quanto antes e a garantia do governo federal de que haverá recursos para recuperação do prédio, por meio do PAC Cidades Históricas, sugerem a perspectiva de uma reconstrução rápida, fora dos padrões após episódios desse tipo. Não faltarão, por certo, apoio e boa vontade da parte da comunidade, a começar pelos próprios comerciantes e frequentadores do local, possivelmente o prédio mais visitado do Estado. Assim, é essencial que os gaúchos assumam o compromisso de que o novo Mercado Público seja um modelo de segurança e prevenção capaz de inspirar outras obras desse tipo. Não se pode aceitar que essa construção de mais de 140 anos, que já sobreviveu a quatro incêndios, seja nada menos do que o edifício à prova de incêndio por excelência em nosso Estado e, quiçá, no país. Essa é a única maneira razoável de o Rio Grande do Sul responder à altura a uma sequência de dramas que ameaça a sua própria integridade física e patrimonial. Considerando-se o retrospecto recente da boate Kiss, assusta constatar que a sociedade e as autoridades do Estado ainda não desenvolveram medidas práticas capazes de prevenir outros sinistros do gênero, especialmente em prédios de grande afluência de pessoas, como é o caso do Mercado Público. Não merecemos ser inscritos na memória pública como a terra em que chamas incontroláveis destroem pessoas e bens sem que sobrevenha resposta à altura.
Cabe às autoridades de todas as esferas de poder liderar essa mobilização cívica que assume, ao fim e ao cabo, o caráter de defesa de nosso patrimônio humano e material. Que a noite de sábado, 6 de julho, passe à história como a data em que se encerrou a era dos prédios de uso público sem plano de prevenção e combate a incêndio. Que os gaúchos tomem em suas mãos a recuperação do Mercado Público como um espaço a salvo de sinistros, um espaço de convivência digno de acolher seus cerca de 50 mil visitantes diários e um verdadeiro cartão-postal não apenas da Porto Alegre histórica, mas também da Capital de um futuro em que a leniência e o descaso não tenham guarida.
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