Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

segunda-feira, 18 de março de 2013

FESTA INTERROMPIDA

ZERO HORA 18 de março de 2013 | N° 17375

Enquanto dançavam sertanejo universitário, os convidados dos novos administradores formados pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Wagner Bergozza, Lucas Pires, Lucas Lauermann e Cid Souza foram avisados pelo DJ de que aquela seria a última música, porque a festa seria encerrada. O motivo foi a interdição do local, a Maison Blanc, por causa de falta do alvará contra incêndios.

Após ter recebido uma informação anônima por telefone, a Brigada Militar foi até Avenida Goethe, 145, para fechar o estabelecimento, na Capital, na madrugada de domingo. Já alertados sobre a irregularidade, o proprietário e os formandos estavam cientes da situação e resolveram pagar para ver. A desobediência à interdição da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (Smic) resultou em transtornos para os quatro amigos e seus 200 convidados.

Organizada há um mês, a festa custou quase R$ 19 mil. Além do aluguel do salão, o dinheiro foi gasto em bebida, bufê, doces, DJ, iluminação e garçons. No contrato, a duração seria de cinco horas, das 21h às 2h. Mas um acordo prévio e informal entre os jovens e o proprietário estabelecia que o evento duraria mais duas.

A ação dos fiscais aconteceu justamente no momento em que a pista de dança começava a lotar, por volta das 2h, causando ainda mais frustração. O sentimento de Wagner Bergozza no domingo pela manhã era um misto de revolta e tristeza.

– Foi muito constrangedor – falou Bergozza.

Os jovens admitiram agir com imprudência, já que sabiam da irregularidade e decidiram pelo não cancelamento da festa. Eles teriam ouvido do proprietário a garantia de que não haveria problemas.

– Confiamos porque ele nos garantiu que a casa tinha todas as condições de abrir. Ele disse que estava tudo certo – relatou Cid Sousa.

– A casa tinha os equipamentos de segurança, só faltava o papel da liberação. O proprietário disse que, se houvesse interdição, ele pagaria a multa depois – complementou Lucas Pires.

O proprietário não quis se manifestar. Sua advogada, que prefere não se identificar, informou que os donos decidiram assumir o risco para não prejudicar os clientes. Segundo ela, a casa estaria dentro dos padrões, esperando uma nova vistoria dos Bombeiros. Procurado por Zero Hora, o secretário da Smic, Humberto Goulart, alertou que os eventos marcados para as próximas duas semanas em estabelecimentos sem alvará deveriam ser cancelados, já que o tempo médio para a regularização tem sido de um mês. E alerta:

– Não vale a pena pagar para ver.

A multa para estabelecimentos irregulares varia de R$ 241,18 a R$ 1.462,64. Para Goulart, “o valor seria irrisório para quem teve um ato de desobediência civil”.

LARA ELY

DETALHE ZH

Antes de contratar um local para festas, você deve pedir para o locatário ou proprietário do estabelecimento mostrar o Alvará de Funcionamento, concedido pela prefeitura, e o Alvará de Prevenção contra Incêndio, emitido pelo Corpo de Bombeiros. Peça para ver os documentos. Caso não tenha, certifique-se de que estarão disponíveis até o dia do evento.

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