SANTA MARIA, 27/01/2013
Caberá ao juiz da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, Ulysses Louzada, a decisão de manter na cadeia os quatro suspeitos de envolvimento no incêndio da boate Kiss que estão na Penitenciária Estadual de Santa Maria. Se aceitar o pedido feito pela Polícia Civil ontem, a prisão temporária atual, cujo prazo expira no domingo, será revogada. No lugar dela, será expedida a prisão preventiva dos suspeitos.
A solicitação se refere aos sócios da boate Kiss, Mauro Hoffmann, o Maurinho, e Elissandro Spohr, o Kiko, e aos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão.
Após analisar a solicitação protocolada mais cedo, por volta das 17h, os promotores criminais Joel Dutra e Maurício Trevisan se manifestaram favoráveis ao pedido da polícia.
– A liberdade deles pode colocar em risco a ordem pública. Além disso, a possibilidade de fuga dos suspeitos deve ser considerada já que ao serem presos três deles estavam em outras cidades – argumentou o promotor Dutra.
CONTRAPONTOS - O que dizem os advogados dos suspeitos:
“Se for decretada a preventiva, não haverá prazo definido para o término, por outro lado, espero que não seja feito desdobramento do inquérito e sim a conclusão.” Jader Marques, advogado de Elissandro Spohr, o Kiko, sócio da boate
“A defesa repudia os argumentos que a polícia usou para embasar o pedido de prisão, como o de preservação da integridade física dos suspeitos e credibilidade das instituições.” Mário Cipriani, advogado de Mauro Hoffmann, sócio da Kiss, ingressou na Justiça com pedido para que a preventiva não seja decretada
“Vou encaminhar ao juiz uma manifestação de que a preventiva não vem acompanhada dos requisitos exigidos por lei.” Gilberto Carlos Weber, advogado de Luciano Augusto Bonilha Leão, produtor da banda Gurizada Fandangueira
“Houve equívoco na informação enviada à Justiça, já que o Marcelo foi autorizado pelo delegado Gabriel Zanella e, portanto, não há embasamento para risco de fuga.” Omar Obregon, advogado de Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira
Advogado questiona isenção de delegado
O advogado Omar Obregon, que defende o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, entrará com pedido de suspeição contra o delegado Marcelo Arigony, responsável pelas investigações da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria.
O defensor acredita que o delegado tem envolvimento pessoal com a tragédia ocorrida da boate Kiss por ter perdido uma familiar no incêndio e que isso pode influenciar o trabalho.
O pedido pode levar ao afastamento de Arigony do caso. A solicitação será feita pessoalmente, no Palácio da Polícia, em Porto Alegre, na próxima segunda-feira.
– Não coloco em dúvida o trabalho dele, mas ele teve uma perda em função da tragédia e está emocionalmente envolvido. Isso é um risco – avalia Obregon.
Além disso, o advogado entende que o delegado vem utilizando sites de relacionamento para expor suas opiniões pessoais, quando deveria ser imparcial.
A reportagem tentou contatar o delegado por telefone, mas não obteve retorno.
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