Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

FISCALIZAÇÃO SE LIMITA A DOCUMENTOS


08 de fevereiro de 2013 | N° 17337

SANTA MARIA, 27/01/2013


Os agentes da prefeitura de Santa Maria encarregados de fiscalizar boates não recebem treinamento para identificar situações de risco aos frequentadores, como a espuma de isolamento acústico colada no teto da boate Kiss.

Treinados para realizar vistorias, os fiscais limitam-se a identificar se o comércio está arrecadando a taxa correta para a atividade na qual foi licenciado. E fiscalizam as condições sanitárias das cozinhas comerciais. O salário médio líquido de um fiscal é de R$ 2 mil. Somam 126 servidores (80% estudaram até o Ensino Médio), sendo que 90 deles fiscalizam 16 mil pontos comerciais, onde se incluem os 16 bares com música e as seis boates.

A prevenção e a proteção contra incêndio são responsabilidade do Corpo de Bombeiros, observou Miguel Caetano Passini, titular da Secretaria Municipal de Controle e Mobilidade Urbana (SMU). Com 75 fiscais, Passini é o responsável pelo controle do trânsito, código de postura, patrimônio e dos alvarás de localização dos 16 mil pontos comerciais.

– O treinamento dos nossos fiscais é feito dentro da lei estipulada para a fiscalização municipal, que tem como foco a verificação dos documentos – conclui.

Em conversa com Zero Hora, o prefeito, Cezar Schirmer defendeu o atual perfil da fiscalização e afirmou que mudanças só irão ocorrer se houver uma nova legislação federal alterando as atuais obrigações do município.

Os fiscais estão preocupados com a imagem que a comunidade local tem deles, que são vistos apenas como arrecadadores.

– Muita gente acha que tudo aconteceu porque os funcionários públicos comeram bola (receberam propina), ou cometeram irregularidade. Isso não aconteceu. Temos que ter serenidade e esperar a apuração da polícia, que irá apontar as causas da tragédia. O que houve foi uma omissão de vários órgãos, em que a prefeitura é um dos elos – diz o presidente do Sindicato dos Municipários, Cilon Regis Corrêa.

CARLOS WAGNER | ENVIADO ESPECIAL, SANTA MARIA


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