Incêndio na Kiss
Tarso e Schirmer protagonizam novo capítulo do jogo de empurra sobre tragédia em Santa Maria
O governador e o prefeito de Santa Maria falaram nesta manhã à Rádio Gaúcha
Em um novo capítulo no jogo de empurra entre as esferas estadual e municipal, o governador Tarso Genro e o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, falaram nesta manhã à Rádio Gaúcha sobre a responsabilidade no incêndio que culminou em 237 mortes na boate Kiss na madrugada de 27 de janeiro.
Em entrevista ao programa Gaúcha Hoje, transmitido em Santa Maria, Schirmer afirmou que, de acordo com a legislação estadual, compete ao Corpo de Bombeiros vistoriar e fiscalizar instalações e equipamentos de prevenção e proteção contra incêndios.
— À luz do que diz a legislação o que a prefeitura deveria ter feito, fez. Além do mais, foi feita uma avaliação, foi feita uma fiscalização, pelo que determina a lei, uma vez por ano, no dia 19 de abril de 2012, às 20h40min, em que os fiscais da prefeitura alertam a empresa de que seu alvará de bombeiros venceria em 21 de agosto de 2012 — afirmou o prefeito.
Na Capital, ao falar ao programa Gaúcha Atualidade, o governador Tarso Genro reagiu:
— Quem dá o alvará é o prefeito, quem permite o que abre é o prefeito. O prefeito não estava sequer informado disso, como é natural, mas essa colocação de dizer que os bombeiros que abrem e fecham não é verdadeira. Nesse momento, todos os prefeitos estão determinando o fechamento dos lugares que não estão funcionando regularmente.
E acrescentou, sem fazer referência direta a Schirmer:
— O administrador sério, honrado, ele não sai se safando, dizendo que não tem nada que ver.
O governador admitiu que o laudo dos bombeiros era precário. Ainda assim, questionou os motivos de o estabelecimento estar aberto sem o alvará e defendeu que o inquérito policial, caso necessário, aponte também a responsabilidade dos agentes públicos.
— Por que o poder público não tomou conhecimento e fechou o estabelecimento imediatamente? — questionou Tarso.
Schirmer também comentou a ação do inquérito policial e a intenção da prefeitura para que os fatos sejam esclarecidos:
— Quero toda a apuração da verdade. Doa a quem doer e que vá às últimas consequências. Com seriedade com responsabilidades. É o mínimo que devemos a todos os cidadãos.
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