Veja depoimentos de sobreviventes de incêndio em boate no RS
Fogo começou por volta de 2h30 de domingo (27) e matou mais de 200. Boate recebia festa de estudantes da Universidade Federal de Santa Maria.
Do G1, em São Paulo
Efeitos pirotécnicos, faíscas, fumaça, corre-corre, desespero e centenas de feridos e mortos espalhados. Esses são os relatos de testemunhas que sobreviveram à tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que deixou mais de 200 mortos e pelo menos 131 feridos. Segundo informações preliminares, o fogo teria começado por volta das 2h30, depois que o vocalista da banda que se apresentava ter feito uma espécie de show pirotécnico, usando sinalizador. As faíscas teriam atingido a espuma do isolamento acústico no teto da boate e iniciado o fogo, que se espalhou em poucos minutos. O incêndio provocou pânico entre os presentes, e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência.
Músicos dão relato
Do G1, em São Paulo
Efeitos pirotécnicos, faíscas, fumaça, corre-corre, desespero e centenas de feridos e mortos espalhados. Esses são os relatos de testemunhas que sobreviveram à tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que deixou mais de 200 mortos e pelo menos 131 feridos. Segundo informações preliminares, o fogo teria começado por volta das 2h30, depois que o vocalista da banda que se apresentava ter feito uma espécie de show pirotécnico, usando sinalizador. As faíscas teriam atingido a espuma do isolamento acústico no teto da boate e iniciado o fogo, que se espalhou em poucos minutos. O incêndio provocou pânico entre os presentes, e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência.
Músicos dão relato
"A gente saiu mal, no meio da fumaça, tive dor no peito. Fiquei aguardando para podermos nos achar, para ver quem tinha saído. Fomos nos encontrando aos poucos e ficamos na expectativa de achar o Danilo, mas ele não apareceu." (Eliel de Lima, de 31 anos, baterista da banda Gurizada Fandangueira, que tocava na boate Kiss na hora do incêndio. O sanfoneiro Danilo Jaques, o mais jovem do grupo, morreu).
Banda Gurizada Fandangueira, que tocava na hora do incêndio em Santa Maria, teve um integrante entre os mortos: o sanfoneiro Danilo Jaques, que aparece acima de camisa azul e blazer preto
(Foto: Arquivo pessoal)
"Conseguimos sair logo no início pela porta que tinha um metro e meio de largura. Só conseguíamos enxergar 5 centímetros à frente por causa da fumaça preta." (Valderson Wottrich, líder da banda Pimenta e seus Comparsas, que tocava na boate Kiss antes do incêndio, disse que dois dos quatro membros do grupo ainda estão desaparecidos).
Gente só de calcinha e cueca
"Conseguimos sair logo no início pela porta que tinha um metro e meio de largura. Só conseguíamos enxergar 5 centímetros à frente por causa da fumaça preta." (Valderson Wottrich, líder da banda Pimenta e seus Comparsas, que tocava na boate Kiss antes do incêndio, disse que dois dos quatro membros do grupo ainda estão desaparecidos).
Gente só de calcinha e cueca
“Eu liguei para os bombeiros, algumas pessoas tentaram voltar para pegar mais gente lá dentro, mas tinha fumaça e não dava para enxergar mais ninguém, era uma cortina de fumaça. A gente puxava as pessoas pelo cabelo, pela roupa, muita gente saía só de calcinha e cueca, muitas sem camiseta, talvez para se proteger da fumaça, e os bombeiros chegaram rápido e começaram a organizar e usar a mangueira”. (Murilo de Toledo Tiecher, de 26 anos, estudante de medicina e um dos primeiros a sair da boate, quando o incêndio começou. Ele conta que, inicialmente, seguranças tentaram impedir a saída dos clientes, mas logo perceberam a fumaça e liberaram a saída. Tiecher diz também que a saída foi dificultada por uma grade colocada perto da porta para organizar a fila de entrada).
Engatinhando com pessoas passando por cima. Salva pela área VIP
“Vi umas faíscas, mas achei que eram apenas os foguinhos da luva [do integrante da babda]. Vi uma gritaria, achei que fosse alguma briga. Foi quando gritaram ‘fogo’, vi as pessoas correndo, vi a fumaça, e saí correndo.” (Fernanda Freire Gomes Bona, de 23 anos, fotógrafa oficial da boate, estava em uma área VIP próxima à saídaquando o incêndio começou. O local tinha uma vista privilegiada da boate, permitindo não apenas que ela tirasse fotos, mas também que percebesse rapidamente o incêndio e escapasse do local em poucos minutos).
'Queriam as comandas'
“Dei sorte, estava perto da saída quando vi que começou o incêndio. Mesmo assim, os seguranças trancaram porque queriam as comandas. Eles abriram, mas ficou mais ou menos um minuto e meio trancado.” (Jonathas Castilhos, um dos primeiros a deixar a boate Kiss e que ajudou a socorrer amigos e desconhecidos que necessitavam de atendimento).
“Quando soltaram o primeiro fogo, saí de perto do palco. Cheguei perto dos banheiros e todo mundo correu para perto da porta de saída, e os seguranças trancaram. Eu estava espremida na parede e só consegui escapar porque me puxaram. Fui engatinhando até a saída, com pessoas passando por cima. Estou com muita ardência na garganta e nos olhos por causa da fumaça.” (Shelen Rossi, de 19 anos, que teve alta do hospital na manhã deste domingo, mas ainda sente no corpo os efeitos do ar inalado do incêndio).
Perto da porta de saída
"Nós estávamos em um local perto da porta de saída, então foi mais fácil para a gente poder sair, mas era um corre-corre, todo mundo empurrando, pessoal caindo no chão. [Foi mais fácil sair] só pelo fato de estarmos perto da porta de saída, ali num local que era mais próximo. Quem estava próximo ao palco, do outro lado, não teve condições de sair." (Taynne Vendrúsculo, estudante, que viu a fumaça se espalhar de forma tão rápida que apenas quem conseguiu deixar a boate nos primeiros minutos se salvou).
'Saí arrastada pelo chão'
"Nós olhamos para o teto lá na frente do palco e estava começando um fogo. Foi um amigo nosso que nos mostrou, aí nós começamos a cair. Minha irmã me puxou e eu saí arrastada pelo chão." (Luana Santos Silva, de 23 anos, estudante, que disse que o fogo se alastrou rapidamente pelo interior da boate.
Filme de terror'
"A gente pediu para as vítimas saírem, tinha bastante gente ali. No meio do tumulto, [elas] começaram a se pisotear, teve gente que não teve tempo de sair. A gente conseguiu resgatar algumas pessoas, mas algumas pessoas tiveram 80% do corpo queimado, não resistiram... teve colega nosso de trabalho que faleceu. [Situação de pânico] total. Só quem estava ali, viu. Filme de terror". (Rodrigo, um dos seguranças da boate Kiss, que contou que o fogo começou por conta de um efeito pirotécnico usado pela banda que se apresentava).
Salvo pela praia
"Só tenho que agradecer, porque meu filho era um frequentador assíduo da Kiss. Graças a Deus ele pediu para trazê-lo pra praia". (Paulo Roberto Weber, representante comercial, que viajou na quinta-feira (24) para Florianópolis com o filho Lucas Machado Weber, estudante de direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Eles perderam pelo menos cinco amigos próximos na tragédia).
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