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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

TRAGÉDIA NO RS ALTERA A PERCEPÇÃO SOBRE O BRASIL E A COPA NO EXTERIOR


Tragédia no RS altera a percepção sobre o Brasil e a Copa no exterior, diz especialista em gestão esportiva


Da AFP 28/01/201315h53


O incêndio em uma boate de Santa Maria (RS) soou o alarme sobre a segurança de locais públicos no Brasil, a 500 dias do início da Copa do Mundo, para além das normas rígidas impostas pela Fifa aos estádios, de acordo com especialistas.

O que aconteceu na última madrugada de sábado para domingo, com a morte de 231 pessoas, "vai alterar a percepção do Brasil no exterior, porque os visitantes vão se preocupar com sua segurança", afirma Pablo Enrique Azevedo, coordenador do Laboratório de Pesquisa sobre a Gestão do Esporte na Universidade de Brasília.

"Sepois de uma tragédia, devemos esperar uma resposta rígida das autoridades. Provavelmente haverá um reforço dos controles de segurança, porque a legislação já é muito severa. O que peca são os controles, que são muito frágeis em áreas de alta demanda", acrescenta o especialista, que acompanha os preparativos para a Copa de 2014 no Brasil e os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

"Infelizmente, é preciso acontecer o que ocorreu no domingo para que haja um controle mais rigoroso dos espaços que acomodam grandes multidões", disse ele. Ainda assim, as instâncias esportivas locais e internacionais querem tranquilizar.

A tragédia de Santa Maria "não tem nada a ver com a segurança dos estádios durante a Copa das Confederações (de 15 a 30 de junho) e do Mundial de 2014", declarou nesta segunda-feira o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke.

"Temos um plano de contingência para evacuar um estádio inteiro no espaço de oito minutos", argumentou o cartola, reafirmando sua "plena confiança" no Comitê Organizador Local do Mundial de 2014.

Já o diretor de comunicação do Comitê Organizador Local do Jogos Olímpicos de 2016, Carlos Villanova, foi ainda mais longe: "Poderia ter acontecido em qualquer lugar do mundo", assegurou.

"Mas isso não tem nada a ver com a capacidade do Brasil de organizar eventos de massa, como é demonstrado há décadas com o carnaval carioca e os fogos de artifício de Ano Novo na praia Copacabana, que atraem sem intercorrências até dois milhões de pessoas", acrescentou Villanova.

Já para o pesquisador brasileiro Pedro Trengouse, consultor da ONU para a Copa do Mundo, o perigo real não são os estádios em si. "Os trabalhos nos estádios da Copa do Mundo estão sendo realizados em conformidade com os requisitos de segurança mais rigorosos do mundo, e eles também foram aprovados pela Fifa", observou.



"A preocupação é que, até agora, não houve nenhum planejamento de segurança, fora dos locais de encontros oficiais e fora das 12 cidades-sede da Copa do Mundo", ressalta Trengouse.

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