Este Blog retratará o descaso com a Defesa Civil no Brasil; a falta de políticas específicas; o sucateamento dos Corpos de Bombeiros; os salários baixos; a legislação ambiental benevolente; a negligência na fiscalização; os desvios de donativos e recursos; os saques; a corrupção; a improbidade; o crime organizado e a inoperância dos instrumentos de prevenção, controle e contenção. Resta o sofrimento das comunidades atingidas, a solidariedade consciente e o heroísmo daqueles que arriscam a vida e suportam salários miseráveis e péssimas condições de trabalho no enfrentamento das calamidades e sinistros que assolam o povo brasileiro.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

PRISÕES RESGUARDAM PROVAS

ZERO HORA 29 de janeiro de 2013 | N° 17327

SANTA MARIA, 27/01/2013

HUMBERTO TREZZI | SANTA MARIA

A Polícia Civil prendeu temporariamente ontem o vocalista da Gurizada Fandangueira Marcelo de Jesus dos Santos e o montador de palco Luciano Augusto Leão Bonath, e os empresários Mauro Hoffmann e Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, proprietários da boate Kiss, em Santa Maria.

Os quatro estão recolhidos no Presídio Estadual de Santa Maria. A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências do quarteto.

Conforme o advogado de Kiko, o criminalista Jader Marques, ele teve temor de permanecer em Santa Maria e buscou atendimento médico em Cruz Alta devido à intoxicação – Kiko recebe atendimento por ter inalado a fumaça que se espalhou pela casa noturna durante o acidente. – Não façamos um juízo antecipado do Kiko. Ele compareceu à Justiça e está absolutamente à disposição. Todas as pessoas que estavam na boate eram amigas dele. Foi lá que comemoraram datas significativas, foi lá que namorados e namoradas se conheceram – salientou Marques, em entrevista à Rádio Gaúcha.

As prisões temporárias dos quatro foram solicitadas após ser constatada a ausência dos equipamentos responsáveis pelo videomonitoramento do local da tragédia em Santa Maria. Em depoimento, Kiko afirmou que o equipamento está desativado há cerca de três meses, para manutenção. Os policiais ainda não conseguiram comprovar quando o material foi retirado do local. O temor de sumiço de provas foi alegado à Justiça, para justificar o pedido de prisão.

Além das detenções, os bens dos quatro proprietários (os de fato e os de direito) da boate estão em processo de bloqueio, por meio de ação da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul. O pedido de liminar, em caráter de urgência, foi deferido na noite de segunda-feira. O motivo é garantir futuras indenizações às famílias das vítimas.

Outra frente da investigação está apurando a parte documental da boate, verificando a quem pertence o estabelecimento. Coordenada por dois sócios, a empresa está registrada também no nome de duas mulheres. Só o exame detalhado do material vai mostrar se a situação é regular.




“Não tenho parte nisso”


O sócio da boate Kiss preso ontem, Mauro Hoffmann, depôs durante três horas e meia e procurou, o tempo todo, se eximir de qualquer responsabilidade sobre o incêndio.

– Não tenho parte nisso. Não contratava e nem demitia pessoas. Não tinha poder gerencial, era apenas sócio financeiro da Kiss – declarou aos policiais civis.

Ele também afirmou ignorar se o equipamento de vídeo, monitoramento da boate funcionava.

Hoffmann declarou que não contratou a banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava na noite da tragédia. Por isso, garante não saber o que originou o incêndio e se fogos de artifício foram usados dentro da boate, como informam testemunhas.

Conforme o advogado Mário Cipriani, Hoffmann disse que pouco frequentava a Kiss e deixava tudo – contratações, organizações e administração - por conta do seu sócio majoritário, Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko – ele e a irmã são donos dos outros 50% do capital acionário da danceteria.

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