ZERO HORA 30 de janeiro de 2013 | N° 17328, ARTIGOS
Rosane Neumann Kjellin de Borja*
Quando liguei a televisão no domingo e presenciei as imagens da tragédia em Santa Maria, automaticamente olhei para a minha filha de sete anos. Ao olhá-la, lembrei-me das inúmeras festinhas de aniversário a que fomos e ainda iremos em casas infantis (bufês).
Recordei rapidamente dos lugares e não me lembro de portas de emergência, saídas iluminadas, sistemas antifumaça etc... Recordei dos diversos brinquedos eletrônicos, das ilhas com massas etc.!
Após assistir a diversos noticiários sobre todo o ocorrido em Santa Maria e refletir sobre os aniversários infantis, fiquei com a pergunta na cabeça: “E se ocorresse um incêndio numa casa de festas infantis?”; “Como as crianças seriam salvas?”; “E as crianças que estão sozinhas (pois muitos pais realizam a chamada festa-escola, uma modalidade oferecida pelos bufês para baixar o custo e manter a casa funcionando)?”; e, e, e... Teríamos que passar por uma situação semelhante a essa?
Como mãe, entrei em desespero e orei pelas mães enlutadas e por aquelas que estão nos hospitais aguardando seus filhos. Mas, também como mãe, comecei a falar para a minha filha sobre como se prevenir e escapar de uma situa-ção de incêndio. Hoje, após dois dias de tamanha tristeza, refletindo sobre como auxiliar todos os brasileiros para exigirmos maiores legislação e fiscalização não só de boates, danceterias, casas infantis ou quaisquer ambientes fechados, sejam eles para diversão ou trabalho, tomei a decisão de, como professora e mãe, iniciar um projeto com meus alunos e minha filha sobre prevenção e fuga em caso de acidentes.
Precisamos incluir nas escolas o ensino de como agir e prevenir catástrofes, acidentes, incidentes e afins. Necessitamos ensinar nossas crianças a se defender, para que, quando jovens, possam saber lidar em situações de perigo. Façamos como o Japão, que ensina nas escolas a se proteger e evacuar locais com segurança.
Vamos lutar por melhorias na legislação e fiscalização! Quem sabe, assim, nenhuma mãe precise chorar de tristeza e, sim, de alegria por seu filho.
*MÃE E PROFESSORA DOS ANOS INICIAIS DA REDE PÚBLICA ESTADUAL
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